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domingo, 19 de agosto de 2007

DIÁRIO ESTELAR - CAPÍTULO 20
Diário Estelar 1234567/20
Sistema Solar: Desconhecido
Dia/Mês/Ano e hora: Incertos
-Bom meu caro Raulzito, como já disse, a cerca de nove meses aproximadamente resolvi seguir uma viagem que me levasse a novos horizontes e que me desse novas perspectivas de vida, porque o estresse e a angústia estavam tomando conta de meu coração, de minha mente e de meu espírito. Então, passei a arquitetar uma viagem, que seria feita com todo o cuidado, elaborada mediante cartas estelares que me indicassem regiões de beleza, paz e tranqüilidade onde eu pudesse ancorar minha nave e me desestressar, para continuar trilhando minha jornada terrestre com mais segurança e disposição, coisa que até então eu não vinha tendo. Comecei então pesquisar e em determinado momento, encontrei um site de viagem onde encontrei um paraíso estelar, uma região encantadora que pelas fotos que eu via no site me parecia um verdadeiro paraíso. Comecei a trocar umas mensagens com os agentes de viagem desse lugar que me fizeram ver que o lugar era mesmo de cair o queixo. Então, reservei um lugarzinho num hotel dessa região e então iniciei minha viagem até este lugar. Quando lá cheguei, tive uma grande surpresa, pois o lugar em si não era nada daquilo que tinham me mostrado no site, era muito mais lindo!! Era uma nave imensa, com um comprimento de perder de vista, de um exterior azul brilhante que emitia uma luz capaz de iluminar a quilômetros e quilômetros de distância.. Dentro da nave, uma aura energética de fluidos positivos, me trazia uma tranqüilidade que nunca havia sentido antes. De tão bela a nave e de tão grande que era em magnitude, apelidei-a de Nave Mãe, porque tinha certeza de que aquela nave era como um grande porto estelar, onde eu poderia estacionar minha navezinha, mas um porto estelar que abrigava com carinho muitas naves, todas naves amigas. Fiquei encantado e durante o tempo que fiquei lá, não me cansava de admirar cada pedacinho daquele paraíso, um paraíso de paz, tranqüilidade, amor, carinho e muita fraternidade. É difícil você pensar que hoje em dia, possa encontrar um lugar assim. Até parece um livro de ficção, mas eu encontrei Raul. E que maravilha!. Lá, pude descansar a minha cabeça tranqüilamente e ter os meus cabelos afagados por um gostoso cafuné. Lembra disso Raul, cafuné? Na Bahia sua mãinha, Dona Eugênia devia fazer muito cafuné em você não é? Pois é, como é bom receber um cafuné na cabeça. Lá pude descansar meu corpo, observar todas as paisagens magníficas, mas considero que uma coisa realmente inesquecível, foi a oportunidade de poder provar os sabores e os néctares que esse lugar tinha a me oferecer! Minha boca se enche d’água quando lembro dos sabores, dos néctares e do aroma que esse lugar lindo exalava. Considero que o paladar e o olfato sejam dois dos nossos sentidos que mais mexem com a gente, pois o gosto e o aroma de iguarias e de perfumes, dificilmente saem de nossos pensamentos. Fiquei um bom tempo ancorado na Nave Mãe e o tempo que fiquei, foi suficientemente grande para que eu me extasiasse por completo e ficasse com um gostinho de quero mais. Quando saí de lá, iniciei a minha viagem de volta, completamente inebriado de energias positivas e de fluidos benéficos. Só que aí é que começou meu drama, pois ao iniciar a minha viagem de volta, acabei esquecendo alguns pertences de minha mala neste lugar e um desses pertences, foi a carta estelar que me indicaria o caminho de volta. Me perdi Raul! Aquele lugar paradisíaco, havia me enfeitiçado e isso fez com que eu, ao iniciar a viagem de ida, me esquecesse de programar meu computador de bordo para evitar me perder na volta, pois como você sabe, nosso universo é infinito. Aí comecei a andar em círculos pelo espaço, primeiro porque não conseguia achar o caminho de volta e depois, porque comecei a tentar um contato via rádio com a Nave Mãe, para que ela me desse as coordenadas de como retornar. Mas a comunicação começou a se tornar difícil. Sinais truncados, mensagens pela metade faziam com que eu me sentisse ainda mais confuso e desorientado. Travava comigo mesmo uma batalha interna, porque queria poder me encontrar, mas estava difícil realizar meu intento. Teve vezes que o sinal com a Nave Mãe ficava até forte, mas os operadores de rádio me passavam mensagens que não conseguiam me colocar de novo na rota, não conseguiam me colocar no prumo novamente. Aí começou a angústia e as noites mal dormidas. Meus instrumentos começaram a falhar e meu GPS espacial pifou para meu total desespero. Quantas vezes não chorei copiosamente entre as estrelas, e o brilho de meus olhos, umedecidos de lágrimas, se misturavam ao brilho do céu. Ah Raul meu filho, que tristeza! Senti que quanto mais procurava encontrar a minha rota, mais me perdia e mais me distanciava porque a medida que eu vagava pelo espaço como um barco a deriva, novos lugares iam se descortinando a minha frente e confesso, alguns não eram nada bonitos. Confesso sinceramente, que por um breve momento cheguei a me arrepender de ter iniciado esta viagem, mas logo tirei essa idéia da cabeça, porque aquela viagem tinha sido tão boa que dificilmente eu me arrependeria um dia de tê-la feito. Foi aí então que comecei a escrever meu diário, como que um relatório de todas as experiências pelas quais eu estaria passando e eu via nesse diário, não só um motivo para que eu me distraísse, mas também para que eu pudesse deixar uma espécie de carta aberta para que outros viajantes estelares não viessem a se perder no futuro. Ah Raul, sofro com isso, pois quero encontrar meu rumo, mas não consigo. Estou perdendo as minhas forças e também estou ficando sem meus suprimentos vitais.Mas Zé Roberto, me responda: Onde está seu coração agora?Ah Raul, só Deus sabe onde ele andará! Acho que se perdeu em alguma dessas turbulências pelas quais passei, sei lá. Ajude-me Raul, preciso encontrar meu rumo, minha rota, minha carta estelar ou a fortaleza para traçar planos e novas coordenadas.
-Vou te ajudar meu caro viajante estelar... Tenho uma linha direta com a Nave Mãe e em breve estará conversando diretamente com ela, fique sossegado. Obrigado amigo Raul, nem sei como lhe agradecer. Garçom, mais dois piratas por favor, essa rodada é por minha conta!

Um comentário:

Dani (ela) disse...

"Onde está seu coração agora? Ah Raul, só Deus sabe onde ele andará!"

as vezes a gente até sabe, mas finge que não, ou não quer acreditar.

bjo Zé.