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domingo, 2 de novembro de 2008


O SOL DA MUDANÇA E A MUDANÇA DO SOL

Acordo nas manhãs de Primavera
E ao abrir a minha janela brilhante
Não recebo mais do Sol
O meu: Bom Dia!

Ao que parece, estou em outra era...
Pois percebo o calor do sol distante
E visualizo meio opaco o arrebol!
Ah meu Deus! que agonia...

O jardim que avistava tão florido
Com belas e perfumadas flores
Hoje está meio sem vida
Perdeu suas cores e seu perfume

Sinto o meu peito dolorido
Incomodam-me pequenas dores
Desejo a volta da luz da estrela escondida
Que sempre me encantava com seu belo lume...

Talvez seja essa a realidade
Que eu sempre me recusei a aceitar
Ao achar que o imenso Astro-Rei
Para sempre estaria a me aquecer

Mas irei lhes dizer agora uma grande verdade:
Já se faz tarde e preciso me deitar!
Mas acreditem...
Amanhã cedinho novamente acordarei
E a minha janela com alegria imensa eu abrirei
Para ver novamente o grande Astro-Rei nascer...

Que surpresas me trará o Sol amanhã?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008


MEU EMOCIONANTE ENCONTRO COM O POETA NUMA ESTAÇÃO DE METRÔ
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Um dia complicado, de um baixo astral muito grande para mim. Essa era a Quarta Feira de extremo calor que eu estava enfrentando na tarde de São Paulo. Os problemas pessoais de grande monta faziam com que eu andasse um tanto quanto cabisbaixo, com passos lentos, refletindo sobre o dia que foi, (infelizmente), mais uma vez infrutífero. A tristeza tem sido minha companheira constante e ando com a emoção á flor da pele. A escrita através dos textos e das poesias, tem-me servido como um alento, como o bálsamo que faz com que eu me sustente, que faz com que eu enxugue ás lágrimas, seguindo pela vida e pelos percalços com a determinação de quem tem a certeza da vitória, mesmo que ela pareça distante e eu agradeço a Deus todos os dias por ter o dom de escrever, mesmo que de forma singela, pois o ato de por no papel algum texto ou alguns versos, muitas vezes modifica o meu dia para melhor.Pois bem, buscando uma paz interior em contraponto com os dissabores que acabara de ter horas atrás (e que não vem ao caso agora), estava voltando para casa, pensando numa melhor maneira de me tranqüilizar. Precisava de um sustentáculo de um bom motivo para desviar o meu pensamento e pensei na escrita, mas lamentavelmente eu não portava uma caneta para tentar rascunhar algo que me distraísse. Desci então as escadas do Metrô da Estação República no centro de São Paulo, imaginando aqueles vagões lotados, super quentes, com pessoas que muitas vezes parecem estar indiferentes aos problemas da gente, que não se preocupam mais em nos perguntar se precisamos de algo e seguem seu caminho como se nós fossemos transparentes. Mas que bela maneira de relaxar essa hein? Bom, parei subitamente então próximo ás paredes laterais do salão intermediário existente entre o térreo e as plataformas e fiquei raciocinando sobre o que acabara de pensar e não me contendo, resmunguei em voz ligeiramente audível:
-Meu dia foi tão ruim hoje, mas quem se importa com que eu passei ou deixei de passar?
Ao resmungar para mim mesmo, ouço uma voz calma e suave que ecoa ao meu lado:
-Meu amigo, O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso!Assustado, me virei para ver quem tinha falado comigo e tomei um susto! Sem acreditar no que estava vendo, respondi com uma voz trêmula de emoção dizendo:
-Poeta querido, o senhor por aqui! Meu Deus, que alegria, eu amo seu trabalho! o Senhor é uma celebridade no mundo da poesia e da literatura e encontrá-lo é uma grande alegria!
O poeta então, com seu olhar humilde, disse-me, fitando meus olhos brilhantes, semimarejados:
- Procures me amar quando menos mereço, pois é quando mais preciso. Veja meu amigo, o que vou dizer sobre muitas celebridades: Era um grande nome - ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua... E continuaram a pisar em cima dele
-Verdade Poeta, que lindos pensamentos, verdadeiros mesmo! -“Quando menos merecemos é quando mais precisamos!” Me perdoa por adaptar seu pensamento poeta, mas me lembrei agora da belíssima passagem do Evangelho onde Jesus nos diz que “Os sãos não precisam de médico...” E eu também acho que todos nós temos que lutar para sermos lembrados pelas obras que deixamos e não pela celebridade que fomos.
-Sim, sem dúvida meu amigo, ouça o que este velho poeta vai lhe dizer: Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição. Que adianta sermos um nome em uma placa de rua se o nosso exemplo não é e nem foi dos melhores?
-Verdade meu querido poeta, verdade mesmo. Sabe poeta, eu gosto muito de escrever e a escrita me fascina por demais desde que eu era adolescente e poetas como o Senhor sempre me inspiraram. Eu não teria a ousadia de lhe pedir algumas dicas, mas sabe, ás vezes depois de escrever, leio o que escrevi e penso que escrevi uma grande bobagem, que as pessoas não irão gostar...
-Ora meu caro, ás vezes a gente pensa que está dizendo bobagens e está fazendo poesia! Veja por exemplo: Se alguém te perguntar o quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe: O que Deus quis dizer com este mundo? Eu acho que você deve ousar e colocar no papel o que a inspiração lhe ditar. Vou lhe dizer uma coisa meu amigo e sei que entenderás: Há noites que não durmo de remorso por tudo o que deixei de cometer, entendeu?
-Meus olhos marejam poeta, marejam por ouvir suas palavras que acima de tudo são um incentivo a mais para que eu escreva mais e mais e esta última lição, é uma lição de vida acima de tudo. Tenho lutado muito para isso, tenho procurado buscar no fundo de minh’alma as palavras mais bonitas do mundo para que elas se juntem a fim de formarem versos, estrofes e poemas que tenham no mínimo um milésimo da beleza que os seus poemas tem, mas por vezes parece tão difícil buscar palavras que possam exprimir com clareza e sentimento aquilo que o coração está ditando para a mente. Qual é o segredo meu querido poeta?
-O segredo meu caro amigo, o segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você...
-Ah meu Deus! Que lição maravilhosa! Meu poeta querido, que honra poder beber em tua fonte, que privilégio poder absorver suas palavras, palavras sábias de quem não só emociona com versos de amor, como também de quem tem grandiosas lições de vida a nos ensinar... Eu fico pensando ás vezes, como os analfabetos devem sofrer por não saberem ler, pois se privam de trabalhos tão lindos quanto o seu.
-Ah, mas os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem meu amigo, pode acreditar no que digo.
-É, pensando bem, tens razão, pois raciocinando melhor, percebo que os analfabetos dispõem de pessoas que possam ler seus versos para eles, já os letrados...
-Sim, sem dúvida.
-Mas me diz uma coisa meu querido, sem querer abusar, queria lhe perguntar uma coisa: Ás vezes eu leio determinados poemas e tenho uma grande dificuldade em interpretá-los. Como faço para interpretar um poema?
-Amigo, a resposta está na ponta da língua:
-Hummmmmm Eu nunca vi essa questão por esse ângulo, mas tens razão meu querido, é verdade! O poema por si só é uma interpretação!
Nesse momento senti uma emoção fortíssima que veio num rompante e olhando nos olhos do poeta, perguntei:
-Posso lhe dizer uma coisa Poeta?
-Claro que sim, pode dizer o que desejares.
-Essas suas lições embargam a minha voz e sinto uma vontade... uma vontade muito grande de chorar. Estou num momento difícil de minha vida e a emoção meu amigo flui em minhas veias de forma latente, borbulhante, e ameaça á todo momento rompê-las como se ela (essa minha emoção) fosse explodir numa hemorragia incontrolável que sutura nenhuma conseguiria reparar...
-Pois chore, a emoção é bem vinda e nos faz bem...
Nesse momento então, lágrimas copiosas começaram a rolar de minha face, pingando no chão, como gotas líquidas de tristeza que saiam de meu âmago e era como se essas gotas de tristeza viessem de um reservatório interno que ia lentamente se esgotando á medida que as lágrimas iam saindo de meus olhos. Um choro compulsivo e incontrolável que passava desapercebido pela multidão de apressados que corriam em busca de um melhor lugar nos trens do Metrô, mas lágrimas essas que eram percebidas e compreendidas pelo poeta querido que estava ao meu lado e que mesmo em silêncio absoluto me consolava de forma carinhosa e abnegada. Após o choro compulsivo, esgotei o meu reservatório de tristeza. Era como se eu precisasse chorar para desabafar e esgotar, mesmo que por um instante a tristeza que se abatia sobre meu espírito.
Comecei a me recompor e então o poeta, olhando carinhosamente em meus olhos disse:
-Me parece que o amigo busca a felicidade e sinto que você procura ser feliz, por isso quero lhe dizer algo e quero que medite muito sobre o que vou lhe dizer agora meu amigo: Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. E tem mais amigo:
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
-E eu poderia ainda completar:
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!.
-É verdade poeta, que lindas são essas mensagens e que lindos são esses versos! Isso mesmo! Sim, eu prometo guardar essa valiosa lição e meditar sobre ela todos os dias de minha vida.
-Sim, viva, lute, escreva sempre cada vez mais e não temas o futuro, pois nós vivemos a temer o futuro, mas é o passado que nos atropela e mata! Escreva, coloque no papel aquilo que teu coração mandar. Desabafe, ame, proteste, mas faça da poesia o instrumento que venha a lhe trazer alento e que possa te trazer felicidade ou ao menos paz de espírito.
-Ah sim poeta, vou escrever sempre sobre tudo, mas sempre com muita verdade, me esquivando das mentiras.
-Claro, mas você sabe o que é a mentira de fato?
-Não, não, talvez uma inverdade?
-Eu creio que a mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer meu amigo... Você fala em escrever sobre tudo e você está certíssimo. Veja esses versos que fiz e pense sobre eles:
Qualquer idéia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro de ti se achava inteiramente nua...
-Ah, bendito seja poeta abençoado! Que benção aspirar os balsamizantes ares da poesia que vem trazendo seus versos e que são um perfume para o meu olfato espiritual meu querido poeta! É engraçado, mas ás vezes fico meditando sobre os poetas, sobre o que é ser poeta e acho que todo poeta tem um pouco de louco e vice versa, tanto que tem um ditado popular que diz: Dizem que de louco e poeta todo mundo tem um pouco. Eu por exemplo acho que tenho demais dos dois, mas quem saberia dizer?
-Meu caro, sabe qual é a diferença entre um poeta e um louco?
-Não, por favor, explique!
-A diferença entre um poeta e um louco é que o poeta sabe que é louco... Porque a poesia é uma loucura lúcida.
Interrompi nesse momento a explanação do poeta, e maravilhado que estava abri meu melhor sorriso exclamando:
-Sim, sim, sim, sim, mil vezes sim poeta! Bravo! Bravissimo!!
-Pois como eu dizia meu caro amigo, escreva sempre, tenha a consciência de que os verdadeiros versos não são para embalar e sim para abalar... Que a sua poesia possa emocionar e unir as pessoas cada vez mais e que ela possa ser a incentivadora de outras pessoas que, através de sua poesia se motivem a escrever também. Não se preocupe se nem todos os que você gostar gostem de ti. Eu por exemplo não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim. Nem que eu faça a falta que elas me fazem. O importante para mim é saber que em algum momento fui insubstituível e que esse momento foi inesquecível. e tem mais, você pode encontrar em seu caminho, pessoas que estejam contra você ou que queiram atravancar o seu caminho, mas sabe o que eu peso sobre isso?
-Diz meu poeta, sou todo ouvidos...
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
-Ah meu Deus! Mas que coisas fantásticas são essas que você acabou de dizer meu querido e amado poeta. Você toca profundamente os nossos corações e sinto agora que não são meus olhos que marejam, mas sim que é o coração que mareja...
Meu coração pulsava alegria e marejava felicidade, uma felicidade incontida, motivada por este inesperado encontro. As lágrimas de tristeza se transformaram em lágrimas de felicidade e agradecimento e eu já não conseguia mais manter um diálogo lúcido, pois o pensamento, embotado por uma mistura de êxtase e estupefação e essa sensação, ao contrário de ser ruim, era ótima, pois estava me levando a um estado de espírito tão gostoso que eu já não me sentia mais dentro de uma estação de metrô e tampouco visualizava mais as pessoas á minha volta que poderiam eventualmente até esbarrar em mim, mas eu não as sentiria, pois o que sentia de fato nesse momento mágico era a felicidade de me embebedar de prazer nas fontes poéticas deste grande poeta, com o qual estava tendo a honra e a benção de poder encontrar. Nada é por acaso, assim eu penso e sei que este encontro não foi por acaso... Sentia uma vontade louca de ficar por horas a fio conversando com esse “bom espírito”, mas senti que o tempo passava depressa e que para ambos, a necessidade de seguir cada um o seu caminho se fazia necessária, por isso, tornei a olhar nos olhos deste que é o meu grande e preferido senhor dos versos e com uma voz ainda mais emocionada disse-lhe:.
-Obrigado por este encontro! Obrigado pelas lições! Obrigado por sua feição doce, por esse olhar de incentivo, por esse seu sorriso que é um sorriso poético e por tudo aquilo que nos deixa como legado. Palavras eternas que o tempo jamais vai apagar de nossos livros e principalmente de nossos corações. Sua obra será eterna meu poeta abençoado! Que Deus o ilumine e que sua estrela brilhe para sempre!
Após dizer-lhe essas palavras de agradecimento eu tomei a liberdade de abraçá-lo ternamente e beijei-lhe as mãos abençoadas que tanto trabalharam em prol desta arte que ele sempre cultivou com muita dedicação. E mesmo que ele não tivesse me respondido e nem agradecido oralmente as minhas palavras, o fazia com o olhar e o sorriso que eram o olhar e o sorriso de quem tem muita luz a espargir pela vida eterna e de quem sempre estará a iluminar a vida de muita gente, seja na solidão de um quarto de hotel ou mesmo num vagão lotado de metrô em pleno horário de rush... Antes de nos distanciarmos efetivamente, ele me passou um cartão e enquanto ele se afastava lentamente eu li em voz alta:.
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso....
Neste instante ás lágrimas novamente desceram caudalosas pela minha face e eu nada mais consegui falar. Enquanto eu visualizava meu querido poeta se afastar com seus passos lentos e cadenciados a única coisa que consegui exprimir baixinho foi: A sua benção, meu querido, amado e eterno, MARIO QUINTANA!
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*Este texto foi escrito inspirado em um momento de muita emoção que tive na quarta feira, 29 de Outubro, quando, muito chateado por alguns problemas particulares me dirigia até a plataforma da Estação República do Metrô de são Paulo, para retornar para casa depois de um dia complicadíssimo, quando me deparei com uma exposição sobre o nosso querido Mario Quintana que acontecia no salão intermediário entre a catraca de entrada da estação e a plataforma de embarque. Imaginei então o meu encontro com ele, ali na estação e escrevi os diálogos, tomando a liberdade de escrever alguns diálogos dele para comigo usando frases escritas por ele e versos, também de sua autoria, os quais se encontram em marrom.

domingo, 26 de outubro de 2008

AS PEGADAS QUE O TEMPO NUNCA VAI APAGAR

Sinto que o tempo, de forma lenta e gradual está se incumbindo de cobrir as marcas que deixamos impressas na areia molhada da praia quando a maré ainda era alta e nos permitia caminharmos de mãos dadas por madrugadas de lua cheia em meio á cenários lindíssimos, deslumbrantes, excitantes á visão e ao tato.Hoje o mar é outro, mais calmo e as nossas pegadas que formavam uma longa fila de passos sincronizados está lentamente se perdendo a cada quebrar de onda. O sol por sua vez tem colaborado para secar a areia da praia e outras pegadas nossas também vão desaparecendo, pois o vento arrasta areia de outros lugares, cobrindo a forma deixada pelos nossos pés...Mas creia, mesmo que um dia, por razões alheias á nossa vontade, as pegadas que deixamos vierem a desaparecer completamente da areia da praia, outras pegadas nossas estarão e ficarão eternizadas, pois são as pegadas deixadas pelos nossos corações na superfície de nossas almas e lá estarão eternamente protegidas das marés, do sol e do vento e lá para sempre ficarão, como lembranças maravilhosas de tudo aquilo que um dia aconteceu entre nós!

OS SINOS DA REALIDADE!
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Ouço ao longe soarem os sinos
De uma igreja chamando seus fiéis
E no caminho percebo o conversar de meninos
Fazendo pipas com cola, linha e papéis
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O som dos sinos é estarrecedor
E agride os meus ouvidos
Enchendo meu peito de temor
Que se manifesta em medos desconhecidos
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Não me conduzo, sou conduzido
Não consigo falar, estou mudo
O que teria acontecido
Para que eu passasse por isso tudo?
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Sinto que os passos são lentos
E no ar paira um choro compulsivo
Em volta de mim só escuto lamentos
Me acho deveras apreensivo
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Mais próximos agora soam os sinos
Com suas estridentes badaladas
Não ouço mais o conversar dos meninos
E tampouco as vozes, que agora estão caladas
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Percebo uma escadaria e por ela vou subindo
Não pela minha própria vontade
Mas guiado pelos que estão me conduzindo
Para as portas de uma dura realidade
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Realidade dura que eu não queria aceitar
Mas que me toma de pronto quando adentro o enorme salão
Ao ouvir baixinho o sussurrar
De lamentos sentidos em forma de oração
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E é só isso meus amigos, o que consigo ouvir agora
Neste santo e sagrado ambiente
Onde o Padre se apronta sem demora
Pois está se aproximando a hora
Dele rezar a minha missa de corpo presente!
A LINHA DIVISÓRIA ENTRE A VIDA E A MORTE...
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Cada um á sua maneira e de acordo com as suas crenças tem as suas concepções relativas à vida e a morte. Uns se questionam de onde vieram, outros para onde vão. Alguns crêem que a vida termina com a morte, já outros acreditam (como eu) que há uma continuidade de nossas existências numa outra dimensão. Mas creio sinceramente que uma dúvida seja meio que comum entre muita gente. Qual seria a linha divisória entre a vida e a morte? Seria o relatório de um médico atestando que o paciente que ele trata está desenganado em virtude de uma doença incurável e só terá alguns dias de vida? Seriam os desvarios mentais que levam alguém a pensar em suicídio ou seria efetivamente o último suspiro dado por alguém em seu leito de morte? Eu já tive a experiência de E.Q.M e achei que aquele túnel de luz que eu via se descortinar á minha frente era a linha divisória que me separaria da vida, levando meu corpo á morte... Mas estava enganado, não era também... E a dúvida persistiu até hoje, quando, vendo por acaso um programa de televisão acabei descobrindo sem querer, qual é de fato a linha divisória entre a vida e a morte, aquela que separa efetivamente o corpo da alma e isso me fez finalmente achar uma resposta para esta dúvida que sempre me atormentou. Esta linha é fina e tênue, branca como a pureza dos anjos e de longe imperceptível aos nossos olhos. Creio que todos que lerem este texto decerto irão me perguntar: Mas se você descobriu a resposta, por favor, a compartilhe conosco para que possamos também decifrar esse mistério que nos revolve o pensamento. Pois é, meus amigos, eu poderia discorrer sobre isso, mas não o farei, pois uma certa revolta toma conta de meu peito e as palavras não conseguem brotar mais. Tomado por uma certa emoção, as únicas e derradeiras palavras que consigo escrever são: Maldito Cerol!

A SUA BENÇÃO DORIVAL CAYMMI !!
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Criaste obras únicas e belas
Que pelo tempo se perpetuaram
Como as mais belas telas
Que os mais famosos pintores criaram
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Seus versos lindos emocionam
E hão de ecoar eternamente
Prazer e alegria nos proporcionam
Trazendo paz ao coração e a mente
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Agora, o Brasil lhe dá adeus
Pois sua existência na terra é finda
Mas lá em cima, ao lado de Deus
Sua caminhada será infinda
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E se recebeste na terra muitas homenagens
No plano maior receberá ainda mais
Ao lado de outros poetas em belas paisagens
Os quais te admiram demais
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E sei que que lá de cima, ao lado de Jesus
Continuarás a compor suas canções
Levando ao outro lado da vida a Luzq
Que sempre iluminou na terra nossos corações!
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Marina, morena Marina, você se pintou...
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Este poema foi escrito no dia do desencarne deste grande poeta brasileiro que nos deixou obras eternas de inestimável valor...
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Obrigado Dorival Caymmi pela obra eterna que nos deixastes e que os amigos espirituais o abraçam com carinho...

sábado, 25 de outubro de 2008





TE AMO MINHA AMIGA....
Ainda me lembro da primeira vez... O encanto pela amizade fazia transcender uma aura brilhante sobre nós e isso impulsionava nossos corações a bater mais fortes, mais felizes e isso era visível no brilho de nossos olhos. Ah o abraço! Que abraço gostoso, longo e demorado demos um no outro. Por mais tempo que esse abraço durou pareceu ser tão rápido, mas não foi, durou muito. Colamos nossos corpos um no outro sem medos nem falsos pudores. Eu comprimia seu peito contra o meu e podia sentir seu coração bater coladinho ao meu e isso me causou uma emoção ímpar e me lembro também que aproximei meu olfato de seu pescocinho e pude absorver dois perfumes maravilhosos, um natural que toda mulher tem e outro de um perfume doce e meio afrodisíaco que você usava. Me inebriei com esses aromas divinos... Lembro também que após esse abraço gostoso segurei seu rosto carinhosamente com uma das minhas mãos e com a outra, comecei a fazer em sua cabeça um gostoso cafuné que fez com que você fechasse seus olhos, procurando sentir meus dedos percorrendo sua cabeça e seus cabelos que exalavam também um gostoso perfume. Não resisti e comecei a passar as costas de minhas mãos em seu rosto e ao mesmo tempo, admirava-te com muito carinho. Você, com os olhos fechados, procurava sentir o carinho que imaginei, tanto desejava. Como foi bom sentir você relaxando gostoso como que a querer adormecer. Mas não estavas a ponto de adormecer e sim, estava viajando em pensamento, fazendo fluir um sentimento que até então lhe parecia proibido, lhe soava meio fora do tom. Mas o amor falou mais alto e senti você se entregar de corpo e alma. Foi aí que, sentindo sua entrega, ergui seu rosto delicadamente, olhei bem dentro de seus olhos e segurando seu rostinho com as duas mãos e comecei a me aproximar de seus lábios com meus lábios...
Sincronizadamente fechamos nossos olhos e nossos lábios se tocaram, primeiro de uma forma tímida e trêmula, mas logo nossos lábios perderam a timidez e começaram um bale frenético, nervoso e um tanto quanto sensual que durou uns cinco minutos, embora eu desejasse que nunca mais terminasse de tão gostoso que estava aquele beijo mútuo, trocado com gosto e vontade. Após esse beijo, nos abraçamos novamente, eu lentamente aproximei minha boca de seu ouvido e com meus lábios quase colados em seu ouvido sussurrei baixinho: Te amo minha amiga! Te amo muito!! Aí, depois dessa troca de carinho, desse cafuné gostoso, desse beijo impulsivo e dessa declaração sincera, nos levantamos, peguei em sua mão e saímos pelo parque de mãos dadas com uma alegria imensa em nossos corações por sabermos que ali, naquele momento selaríamos uma das amizades mais gostosas do mundo....Ah, que saudades de você minha amiga linda....
Esse texto foi inspirado em alguns textos de minha amiga Maris sobre o amor entre amigos e a imagem com os "Amores Perfeitos" é porque eu acho que o amor emtre amigos é o amor mais perfeito que existe.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O JORNAL VAZIO...

Hoje acordei cedinho... Depois de tomar meu café da manhã senti uma vontade danada de ler o meu jornal diário para ver as novidades, mas não podia. A saudade bateu forte em um coração recheado de saudades, mas tive que segurar a ansiedade até que eu conseguisse ir até ao jornaleiro mais próximo, nem que fosse para ler o jornal pendurado na parede da banca a fim de ler um pouco de meu periódico preferido Ah, como é difícil segurar a ansiedade! Viciado que estou e sou em ler as notícias todo dia, me senti angustiado e agoniado, já que ontem não puder ler as notícias.Mas enfim, consegui sair de casa e caminhei depressa a banca mais próxima onde pedi meu jornal favorito e com o coração acelerado fui logo pra primeira página. Mas por um momento fiquei triste... Triste porque desde que leio meu jornal diário é a primeira vez que não vejo seu nome na primeira página em alguma notícia ou mesmo numa simples linha. Você sempre esteve lá, mas hoje, embora te procurasse não te encontrei, por isso, não tive mais vontade de ler o resto do jornal e retornei para a casa um pouco triste e com o coração ainda mais saudoso. Que o jornal de amanhã possa trazer você de volta...
Pode um poeta ser condenado?
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Pode um poeta ser condenado
Por escrever com propriedade
Sobre as belezas de uma linda cidade
Onde fisicamente nunca tenha estado?
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Pode um poeta ser condenado
Por falar sobre as águas das cachoeiras
Sobre a beleza de rios e suas corredeiras
Sem nunca neles ter se banhado?
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Pode o poeta ser condenado
Por descrever de forma tão bela, o véu
Que formam as estrelas no céu
Sem nunca ao espaço ter viajado?
-
Pode por fim, o poeta ser condenado
Sem o veredicto de um juiz ou de um só jurado
Por escrever com emoção e calor
Sobre as belezas de um grande amor
Que não seja aquele que tem ao seu lado?
-
Não sei, mas preciso urgentemente saber
Antes que me levem a dar um passo em falso
Neste frio e aterrador cadafalso
Que pode fazer minha poesia, minha simples poesia
Pra sempre perecer...
MEU BELO ALVORECER...
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Hoje acordei ansioso
Por ver nascer logo o dia
Um dia muito gostoso
Que é de festa e de alegria
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Olhei pela janela após me levantar
E vi nas ruas um brilho diferente
Diferente daquele que costumo mirar
Nas ruas da cidade normalmente
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Havia uma gostosa atmosfera de amor
Fraternidade, paz, fé e felicidade
Que tinha como exemplo um sol, cuja cor
Brilhava no céu com toda a intensidade
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E esse espetáculo maravilhoso
Me deixou de alma lavada
Tornando meu despertar majestoso
Nesta belissima alvorada
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Por isso, ajoelho-me agora
Neste dia que me traz belas mudanças
Rendendo graças á Nossa Senhora
Neste lindo dia que também é das crianças
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E nessa oração fervorosa
Que faço agora neste começo de dia
Em profunda vibração ofereço uma Rosa
Uma Rosa bela em cor e magia
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Que ofereço nessa hora
Aos nossos pequenos, nosso encanto
Para que Nossa Senhora
Possa protege-los com seu manto
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Cobrindo-os com sua luz intensa
Para que eles possam para sempre ter
Essa mesma luz imensa
Que colore agora, de forma densa
Este meu delicioso e belo amanhecer....
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POESIA FEITA PARA PARA O DIA 12 DE OUTUBRO, DIA DAS CRIANÇAS E DE NOSSA SENHORA!
O FINITO DA MATÉRIA

Eu não creio no infinito! Pode parecer incrível, mas quando se trata de espaço sideral eu não creio que exista um “infinito”. Pra mim o fim é muito longe ou como dizem os mineiros, “longe pra dedéu”, por isso, na minha opinião, inalcançável. Talvez não existam mecanismos capazes de se chegar ao fim ou se determinar o fim, mas que ele existe. Eu tenho certeza.Baseado nesse meu pensar, um dia, meditando sobre o mundo e seus problemas, tive em minha mente uma certa inspiração e um certo “insight” que me levou a criar uma teoria um tanto quanto maluca que eu gostaria de compartilhar com vocês, caríssimos leitores.Tudo neste mundo é composto de matéria e a matéria o que é? É um agregado de partículas que se juntam para compor tudo o que temos em nosso mundo e em nosso espaço. Essas partículas agregam-se e tornam-se matérias sólidas, líquidas ou gasosas. As pedras são agregados de partículas, as notas de dinheiro idem as águas idem, os vapores, as nuvens idem e nosso corpo também. Se vocês observarem a matéria em microscópios super potentes, verão essas partículas individuais e perceberão que cada partícula é um mundo em particular. Pois bem, então falemos do nosso corpo em especial. Somos um agregado de partículas que formam á princípio as células e posteriormente tudo o mais que compõe nosso organismo, nosso corpo. Se observarmos num microscópio super potente uma única célula, verificaremos que ela é um mundo em particular e creio ainda que a célula deve ser formada de partículas também que são mundos particulares. Está dando um nó na cabeça de vocês? Então quero que pensem num primeiro plano na partícula que forma uma célula e tente imaginar a visão que tem essa partícula para o resto do corpo, ou seja, como esse “micro-micro-microscópico” corpo enxerga o nosso corpo? Se ele estiver no dedão do pé, imaginará que o espaço onde ele gravita (corpo humano e espaço externo) é infinito ok?Mas o fim é no alto da nossa cabeça!Então agora vamos relaxar um cadinho para espairecer...


Quando ficamos doentes é sinal de que temos um grupo de células doentes em nosso organismo que nos causam os males físicos. Então o que fazemos? Vamos ao médico e ele, após diagnosticar o problema, opta por nos dar medicamentos que eliminem as células doentes para trazer células novinhas e saudáveis ou nos submete a uma cirurgia que vai retirar os órgãos doentes e suas células para extirpar o mal que nos assola. Se for um grupo de células doentes apenas, elas podem ser substituídas sem problemas e aí ficamos bem novamente, mas se for uma infecção generalizada, então podemos morrer.Agora, depois dessa breve relaxada, vamos voltar ao foco principal. Se formos um agregado de partículas e se somos um mundo em particular formado por outros mundos particulares, porque nós não poderíamos ser parte integrante, ou melhor, porque não poderíamos ser uma célula de um grande corpo que pode estar alojada no dedão do pé de alguém? O que pensamos nós da distância de onde estamos até a cabeça desse gigante? Pensamos ser infinita essa distância, afinal somos um micro-micro-micro partícula de um corpo. Se você acompanhou até aqui, meus parabéns, pois está pronto para ler o final dessa minha teoria! E o final é uma grande reflexão:Nós, seres humanos, o que temos feito ao nosso mundo, ao nosso planeta? Poluímos, degradamos, desmatamos, envenenamos e destruímos passo a passo a nossa morada de todas as formas e sem nenhum pudor. Se formos células de um grande corpo e se fazemos tudo isso que explanei com nosso mundo, significa que somos células doentes. E se somos parte integrante de um corpo, esse corpo ou está efetivamente doente ou está sentindo já os primeiros sintomas de um mal que afeta um ou mais órgãos. Assim, doente que vai ficar ou que já está, esse “ser” vai recorrer a um médico para sanar seu problema físico.E aí, o que acontecerá? Cada um que tire as suas conclusões, pois a minha eu já tirei...

O CAFÉ MAIS GOSTOSO DO MUNDO ESTÁ NO BRASIL!
O Café é uma bebida antiquíssima, bastante apreciada no mundo inteiro. Cada um prepara o Café de uma maneira. Uns gostam dele forte, outros gostam dele fraco, outros mezzo a mezzo. Certas pessoas põe um pouco de água no café depois de pronto, alguns colocam açucar ou adoçante e muita gente o prefere amargo.Quando falamos em café, nos referimos não só aos grãos produzidos pelo cafezal, mas também a bebida que é o resultado da torragem, moagem e infusão em água fervente dos grãos de café moídos e a posterior coagem dessa infusão do pó de café na água fervente, que resulta em uma iguaria apreciadíssima por muitos e altamente viciante para outros tantos. quase todo mundo sabe preparar um café, nem que seja o instantâneo ou solúvel, mas os Baristas são os mestres da arte de preparação de um café excelente que trabalham nas grandes e renomadas cafeterias.E essas cafeterias ou cafés, onde se localizam? Bom, há os famosos Cafés Parisienses ou os Cafés Argentinos, mas no Brasil temos ótimos Cafés também e excelentes baristas. Pois bem, tudo que falei se refere ao nosso mundo real, onde o café recém preparado cheira gostoso e faz a xícara soltar aquela fumacinha gostosa que é um convite para que levemos a xícara de café á boca para sorver essa bebida maravilhosa em goles, degustando-a devagar, sem pressa.E no mundo virtual, temos bons cafezais, bons grãos de café e locais onde bons baristas preparam essxa bebida com maestria? Temos sim! É o Café das Letras, que hoje faz um ano. O cafezal é cultivado com carinho, gerando letras livres de pragas e que dispensam o uso de agrotóxicos. Desses cafezais, letras de excelente qualidade são colhidas com mãos cuidadosas e cuidadosamente tratadas, para, nas mãos de baristas, formarem deliciosos poemas, gostosas crônicas, Hai-kais de dar água na boca, acrósticos ímpares, muito bem preparados. As letras desse café tem um aroma ímpar e o espaço para a degustação é da melhor qualidade, reunindo baristas e apreciadores num congraçamento que pouco se vê no mundo virtual.
Por isso, cada dia que passa me sinto mais feliz em fazer parte desse lugar aconchegante, recheado de amogos queridos e que é palco para aprendizes da arte da escrita que colocam em seus trabalhos, as letras que são produzidas nos cafezais do coração e da mente e que como os grãos de café, são amadurecidas e se transformam em textos e poesias deliciosas de se ler. Sinto-me honrado de fazer parte desse espaço que trato com carinho, pois sei que ele será cada vez maior e melhor e podem acreditar, irá aos poucos se tornar o vício de muitas outras pessoas que ainda não conhecem nosso cantinho, mas creiam, assim que essas pessoas levarem á boca a xícara de nosso gostoso Café das Letras irão se viciar, como nós saudavelmente nos viciamos.Um beijo especial na Moniquinha que é a barista-mór do Café das Letras e á todos os amigos que aqui comungam da mais pura poesia, amizade e carinho.
PS: O Café das Letras é uma comunidade de textos e poesias no Orkut. Clique na palavra e veja a comunidade.

O FINAL DO FILME QUE NÃO ESCREVI!
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Custo crer que o final do filme possa ser desse jeito
Pois não foi este o roteiro que passei ao produtor!
Sinceramente eu esperava que tudo acontecesse
Como eu tinha previamente combinado com o diretor
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As cenas me surpreenderam, estão mudadas!
Não estão fiéis ao roteiro que escrevi
Há personagens estáticas, mudas, caladas,
Não há emoção nenhuma ali!
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Que houve com os meus originais?
Datilografei-os todos com o maior cuidado!
Por Deus, nunca, jamais,
Imaginei ver esse filme tão mal acabado
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Por isso, ainda que seja tarde vou tentar,
Convencer o meu amigo produtor
Pois preciso que ele venha a re-filmar
O final desta minha história de amor!

sábado, 19 de julho de 2008

A ARTE IMITA A VIDA OU A VIDA IMITARIA A ARTE?
Um Sábado desses qualquer, dia um pouco parado, resolvi assistir a um DVD pra passar o tempo. Acabei pondo pra rodar o filme “A procura da felicidade” estrelado por Will Smith e seu filho Jader. Quando vou assistir a um filme, procuro não ter muitas referências sobre o que vou assistir para que eu possa ser pego totalmente ou quase que totalmente de surpresa. Sempre fui assim, nunca me preocupei em ler sinopses detalhadas, principalmente porque algumas delas trazem embutidas criticas que são pessoais e que não refletem meu gosto. Já vi filmes ótimos que foram pisoteados pela crítica. Pois bem... O filme devia ter rodado uns 15 minutos apenas e uma forte emoção aliada a um certo espanto começou a tomar conta de mim. Por alguns instantes eu procurava pensar se por acaso aquele filme não seria baseado em algumas situações acontecidas em minha vida. Mas fui em frente, prestando a atenção a cada detalhe, a cada seqüência e percebi no final da película que muita, mas muita coisa ali descrita tinha a ver comigo, a começar pelo título e também muitas coisas que aconteceram com o protagonista do filme. Isso me fez raciocinar e ao final do filme fiquei pensando: A vida imita a arte ou a arte estaria imitando a vida? Seriam os roteiristas videntes que teriam captado telepaticamente os meus pensamentos ou teriam entrevistado pessoas do meu círculo de amizades para saber detalhes de minha vida? Não, decerto não, porque no final do filme o letreiro que subia avisava que aquele filme era baseado em uma história real e essa história não era a minha....
Mas é incrível como as coincidências se fizeram perceber durante a trama. Coincidências doloridas e que mexeram comigo por demais. Mas, como disse quase no início, as coincidências da trama começaram pelo título, pois vivo á procura da felicidade, não talvez a felicidade plena, mas a felicidade que me permita viver em paz comigo mesmo, a ter sossego, a ser pobre, mas feliz e isso é uma ambição. Mas se a arte imita a vida ou se a vida um dia imitará a arte, quem sabe o mesmo final reservado ao personagem dessa trama não seja também reservado a mim?? Meu poeta preferido na música, Zé Geraldo, tem uma frase que diz: “Esperar é acreditar, a vida me ensinou a esperar...”. Mas enquanto eu espero, vou correndo á procura da minha felicidade...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sem confiar, não se pode amar...
Que as demonstrações constantes de carinho e amor mútuos, possam fazer com que a segurança e a confiança se instalem nos corações e nas mentes para todo o sempre, pois sem isso, os relacionamentos não irão nunca resistir ao tempo e os pilares de sustentação não serão fortes o suficiente para aguentar o peso da desconfiança e do receio... Lutemos sempre para que todas as palavras ditas possam ser assimiladas e entendidas com segurança e que as respostas que nos sejam dadas, possam ser absorvidas pela nossamente e pelo nosso coração, trazendo paz, tranquiidade e serenidade ao nosso interior... Assim seja!
TE ESPERO, MEU DESEJO!
*
Já passa da meia noite
E avança a madrugada
O frio pra mim é um açoite
Aqui nesta sala gelada
*
Onde está você meu bem querer?
Porque não vem me abraçar
Onde está você que quero ver?
Vem cá, quero muito te amar!
*
Da-me teus beijos ardentes
Que me fazem menino inconsequente
Quero seus beijos molhados, quentes
Quero-te aqui bem presente!
*
Vem amor, vem agora
Estou sedento de tua paixão
Vem meu anjo, depressa, sem demora
Vem me dar o seu tesão!
*
Te quero impulsiva, fogosa
Te quero romântica ou depravada
Preciso de ti menina gostosa
Minha vida, minha gata, minha amada!
*
Vem, que eu te espero
Vem, pois você me faz mudo
Vem que muito te quero
Vem cá meu amor, meu tudo!
*
Aqui me encontro meu desejo
E aqui ansioso ficarei
Porque sonhando com esse delicioso ensejo
Para sempre,
Para todo o sempre te esperarei...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dia dos Namorados (Á você que tanto amo...)

Minha doce mulher, minha menina linda...
Hoje é nosso dia, o Dia dos Namorados!
Data que espero seja infinda
Recheada de beijos longos e demorados...

O dia de hoje me faz relembrar
De uma forma bem presente
A primeira vez que fitei seu olhar
Algo que jamais me sairá da mente

Nosso primeiro encontro, meu amor
Foi tímido, formal, despretensioso
Mas depois foi ganhando o calor
De um vulcão ativo, imenso, poderoso!

Intensa e sólida assim é nossa união
E exemplar ela vem se mostrando
Por isso te digo minha paixão:
Estou cada dia mais te amando...

Carrego você dentro de mim
Cada minuto de meu dia
Nunca imaginei amar assim
E tão pouco ter tanta alegria

Assim, neste Dia dos Namorados
Convido-te com carinho, minha querida
A trocar comigo beijos longos e demorados
Daqueles extremamente apaixonados
Meu amor, meu desejo, minha vida!
O CANTO DO AMOR ETERNO...

Ouço tua voz macia...
Ecoando no ambiente
Ela é doce, suave, bem presente
Trazendo uma paz que muito me inebria...

Ouço dessa sua voz um belo canto...
Penetrante, sensual, delicioso
Ah, dele eu preciso tanto,
Vem, canta pra mim gostoso!

Pois ouço nesse canto um chamado...
Que me faz entorpecer, levitar
Um canto profundo, apaixonado
De alguém que quer me amar!

Eu te amo, tu me amas...
Ouço-te cantar assim
Vem amor, estou em chamas
Quero-te abraçada a mim!

E juntos nesse abraço gostoso
Nos beijamos ardentemente
Selando esse amor pleno, sensual e fogoso
Que há de nos fazer felizes para todo o sempre
I N F I N I T A M E N T E !!


sábado, 7 de junho de 2008


MINHA VERDADE NÃO É A TUA!

Meu anjo, minha vida..
Instintivamente te escrevo
narrando a ti, minha querida
histórias que nem sei se me atrevo
a te contar...

Verdades absolutas que em mim trago
em cuja essência está você, meu diamante...
riqueza maior de meus dias, de meu espírito o afago
dona do sentimento mais constante
acalentado neste instante
dentro do meu coração
em cujo interior mora você, minha paixão!

Não! Eu não vou conseguir descrever
a alegria que tens me proporcionado porque
o seu amor é tão grande que não pode ser mensurado...

És meu alento para os dias tristes...

Abnegado é o teu mais terno amor..

Tua verdade, pode não ser a minha, mas...
uma coisa quero te dizer meu doce amor:
amar-te-ei intensamente, sempre, pelo resto de meus dias!





quinta-feira, 15 de maio de 2008




MIRANDO O DESEJO

Fito o seu lindo rosto
Mirando seus olhos e sua boca
Imaginando: como será seu gosto?
Ah, que vontade louca...

Fito seu pescoço macio
Mirando nele a pele enrugada
Vem minha gata no cio
Faz ferver minha madrugada

Fito seus seios deliciosos
Mirando neles os bicos excitados
Humm, devem ser por demais gostosos
Esses belos mamilos eriçados

Fito seu seu sexo maravilhoso
Mirando seus lábios molhados
Meu Deus, como deve ser gostoso
Estar com meus lábios neles colados

Fito por fim você todinha
Mirando seu semblante radiante
Ah, quero-te muito amada minha
Não depois, mas agorinha
Já, neste instante!!

Vem...

domingo, 4 de maio de 2008

QUERIA QUE NÃO FOSSE SEGREDO...
*
Queria que não fosse segredo
E que fosse revelado
Este e delicioso enredo
Que no peito temos guardado
*
Enredo excitante e maravilhoso
Que se numa película fosse gravado
Transformaria-se num filme majestoso
Excitante, romântico, apaixonado
*
Uma história de um tesão profundo
Uma relação fogosa e intensa
Um amor forte e fecundo
Uma paixão imensa...
*
Queria, ah como eu queria!
Mostrar á todos este belo enredo
Que no peito temos guardado
Mas este nosso maravilhoso segredo
Que adoraria muito ver filmado
Não pode ser revelado...
QUANDO A GENTE AMA
Quem vai dizer ao coração que a paixão não é loucura? Acabei de ouvir esta frase numa lindíssima canção de Marcelo Barbosa e Bozo Barretti interpretada por Oswaldo Montenegro e fiquei meditando sobre isso... É difícil dizer ao coração qualquer coisa quando se ama, quando e está apaixonado, porque ele não vai ouvir... O coração está alucinado, quer bater forte, se descompassa, bombeia o sangue para o nosso corpo com mais rapidez, porque se sente feliz! Ele está eufórico e esse estado se reflete em todo o nosso corpo, principalmente em nossa mente, que trabalha rápido como o coração, se enchendo de pensamentos bons, sentimentos alegres, nos fazendo sonhar com situações incríveis, fantasias imensas que nos levam a viajar nas asas da imaginação. Quando amamos, nos doamos, nos entregamos, esquecemos de tudo e ás vezes até de quase todos, para vivermos nossas paixões... Não dá pra explicar uma paixão, ela simplesmente acontece, seja aos poucos ou a primeira vista. Mesmo que pareça insano acreditar, nos apaixonamos por um olhar, por um gesto de ternura, por um sorriso bonito, por uma palavra bem dita, por uma presença gostosa, nos apaixonamos por um amigo, pela vida... Quando a gente ama, simplesmente ama, por isso eu amo você...


segunda-feira, 28 de abril de 2008

PRECE AO VENTO
Meu querido e amado vento! Vós que corres pelo céu levando balões, que faz voar as pipas das crianças e que faz girar os cata-ventos coloridos trazendo alegria aos pequeninos e que generosamente da oportunidade aos aviões e aos pássaros de planar majestosamente pelos ares... Vós que corres sobre as montanhas, vales e campos fazendo balançar os galhos das árvores, que revolve a relva orvalhada e as flores que bailam gostoso ao teu sabor e que em retribuição oferecem suas sementes que levadas por ti farão nascer novas flores em outras regiões ao cair no solo... Vós que corres pelos mares fazendo singrar os veleiros e que faz formar as ondas... Vós que secas a roupa da dona de casa, que traz o ar que precisamos quando estamos ofegantes... Vós que refresca nossos corpos em dias de calor e que também faz mover os moinhos de vento e as usinas eólicas... Eu vos suplico meu amigo: Leva pra bem longe as nuvens escuras que tem se abatido sobre nossas cabeças nestes tempos tão difíceis e faz despontar um lindo céu azul de anil que nos traga beleza e alegria... Refresca-nos com sua brisa e purifica nossos espíritos tão cansados de luta e de sofrimento... Vento amigo, meu companheiro que ás vezes cheguei a te maldizer erroneamente... Peço-te que leve pra bem longe essa maré brava, essa ressaca que faz as ondas baterem na soleira de minha porta como que a querer derrubar minha edificação que teimosamente se mantém de pé...
Peço-te que leve pra bem longe a chuva ácida que corrói meu âmago, essa chuva maldosa que me deixa por vezes extremamente amargurado e perdido... Peço-te que afaste de meus olhos essa poeira terrível que me impossibilita de enxergar e encontrar meu caminho... Vento meu amigo, te peço todas essas coisas numa suplica emocionada, mas deixo o último e mais emocionante pedido para agora: Por favor, meu querido e amado vento: Traga de volta quem eu mais amo... E que ela volte pros meus braços ainda mais bela e mais radiante, porque assim o desejo e porque assim te peço meu amigo...
Assim seja..

Este texto foi inspirado em desejos pessoais e também na belíssima e eterna canção
PRECE AO VENTO
(Gilvan Chaves, Fernando Luiz e Alcir Pires Vermelho)

Vento que balança as paia do coqueiro
Vento que encrespa as água do mar
Vento que assanha os cabelos da morena
Me traz notícias de lá
Vento que assobia no telhado
Chamando para a lua espiar
Vento que na beira lá da praia
Escutava meu amor a cantar
Hoje estou sozinho e tu também
Triste me alembrando do meu bem
Vento, diga por favor,
aonde se escondeu o meu amor...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Esta meus amigos, é uma história verídica, uma página de minha vida... Lembrança doce que guardo comigo e que agora gostaria de partilhar com todos vocês que lêem neste momento. Acredito que alguns de vocês possam se emocionar ao ler esta história, assim como me emociono ao contá-la através dessas palavras que ao serem transpostas para o papel, revolvem o meu interior de uma forma agradável em belos momentos por mim vividos e que eternizo neste pequeno conto que dei o nome de:




A MINHA MAIS POÉTICA LEMBRANÇA

Muita gente cultiva seus hobbies, tem predileção por vários objetos e os gostos são os mais variados. O meu é a literatura. Não posso ver um livro que vou logo procurando ver se não o tenho para poder comprá-lo. Esse gosto vem desde criança e á medida que o tempo foi passando, meu gosto pelos livros foi aumentando. Sempre busquei novidades, mas principalmente me interessei mais em garimpar raridades. E foi numa dessas andanças por São Paulo, em plena era de e-books e similares que me deparei com uma gigantesca biblioteca de livros usados, um lugar imenso e lindo, que mais se assemelhava a uma Biblioteca de Alexandria Paulistana. Um lugar que eu curiosamente não conhecia apesar de meus passeios pelo centro da cidade serem constantes. Descobri posteriormente que este lugar acabara de ser inaugurado ali naquele espaço e que seu acervo vinha de uma cidade do interior de são Paulo. Alguns chamam lugares como esses de “sebos”, mas eu me recuso a chamá-los assim, pois são nesses lugares que encontramos preciosidades. “Sebo” tem uma conotação pejorativa na minha modesta opinião. Como os livros sempre foram a minha paixão, sem perda de tempo resolvi entrar a fim de garimpar novos exemplares para a minha estante, sim, porque nunca entrei em uma biblioteca de livros usados ou em uma livraria para sair de mãos vazias. Acabo sempre achando um ou outro belo exemplar.
Ao entrar fui carinhosamente recepcionado por um senhor que tinha quase setenta anos aproximadamente, mas de uma simpatia incomum. Ele me recebeu com um largo sorriso e eu então pude iniciar um belo diálogo com ele:
-Bom dia senhor! Como é seu nome?
-Bom dia! Eu me chamo João, em que posso ajudá-lo?
-Ah sr João, meu nome é Marco, bom dia amigo! Eu vi que o senhor tem muitos livros antigos e raros nesta imensa biblioteca e resolvi entrar pra ver se eu consigo garimpar algum exemplar raro para minha coleção. Sou colecionador, sabe? Eu procuro obras que ainda não tenho e se o senhor me der licença vou vasculhar um pouco suas prateleiras, posso?
-Fique á vontade meu amigo, mas cuidado porque o pó aqui é abundante, sem falar nos ácaros de plantão. Nos mudamos para cá recentemente, mas apesar de toda a limpeza durante a desmontagem da sede antiga, muito pó ainda permaneceu em muitos livros. Se o senhor precisar de luvas ou uma máscara estão ali á sua direita. São mais de quarenta mil livros de todas as épocas possíveis e por mais que eu tire o pó é meio impossível que tudo fique cem por cento Não é?
-Não se preocupe, eu estou acostumado a esses ambientes e graças á Deus não sou alérgico meu amigo!
-Os livros sempre foram a minha obsessão Sr João, a minha maior paixão desde criança sabe? Acho que o mundo precisa de leitura, carece de leitores e de quem alimente essa belíssima industria que faz imprimir nos livros, letras que instruem, que emocionam, que acalentam, que explicam e que são responsáveis pela nossa educação, pela nossa formação moral e espiritual. Existem livros voltados ás coisas ruins, mas creio que na grandiosa maioria dos casos a leitura instrui o homem e faz com que ele possa, não nó se aculturar, mas entender melhor o mundo em que vive, sua história, o por que de tudo, saber como funcionam as coisas, como se resolvem os problemas, saber procurar compreender de onde viemos e até pra onde possivelmente vamos.
Os livros servem também para que nós nos emocionemos, sintamos alegria, medo, indignação e ás vezes até, todos os sentimentos de uma só vez. O mais incrível pra mim é que, apesar de estarmos no ano de dois mil e vinte, a moderna tecnologia e a informática não conseguiram acabar com o gosto que eu e centenas de milhares de pessoas temos no mundo, arquivando essas jóias preciosas com carinho em nossas estantes. Obviamente que uma biblioteca imensa de e-books é para mim algo sem sentido e o ato de se ler livros em computadores de mesa, laptops ou palmtops não se compara ao ato de folhear um belíssimo exemplar, ver sua capa, suas ilustrações e etc. Bom, mas aí é o mesmo conflito que tínhamos quando décadas atrás começou a transição do vinil para o cd, lembra-se Sr João?
-Sim, lembro sim meu amigo Marco. Esses livros que aqui tenho, vem sendo colecionados já por três gerações de minha família e eu particularmente iniciei este trabalho da continuação deste trabalho desde a década de setenta, comprando, vendendo e trocando essas raridades e se Deus quiser, minhas próximas gerações darão continuidade a este meu prazeroso negócio que me dá não só o pão de cada dia, mas também muitas alegrias. Os livros são para mim o alimento de minha alma, o bálsamo que me cura das depressões e que me faz feliz.
-Deus há de querer que as suas próximas gerações dêem continuidade ao belo trabalho de sua família. Tenha certeza de que o que é bom fica pra sempre. Mas deixa-me dar uma boa olhada por aqui, pois quero garimpar algumas coisas... Garimpar livros raros é sempre bom, pois tem muita coisa boa, então achar algo que me interesse ás vezes requer um certo trabalho. Eu procuro livros que ás vezes são pouco lidos ou que precisam de restauração, pois esses são mais baratos, embora na maioria das vezes sejam obras primas ou livros escritos por escritores amadores que lutam pra conseguir publicar seus livros e acreditem, esses escritores muitas vezes são excelentes na arte da escrita.
Eu fiz um curso de restauração e ele me tem sido útil na restauração de algumas boas aquisições que tenho feito.
-Humm... Estou vendo ali uma caixa de ofertas e é lá que vou garimpar... Muita coisa estragada, semi destruída e precisando de restauração. Uma pena que as pessoas não dêem valor a certas coisas. Que pena mesmo! Livros bons aqui de vários estilos em um estado de conservação não muito agradável de se ver e de se ler...
-Sr João, quanto custam os livros dessa caixa?
-Bom meu amigo, esses custam cinco reais cada porque precisam de restauração, mas são livros das décadas de setenta, oitenta, noventa e do ano de dois mil pra cá. Se você escolher vários, faço um bom desconto pra você meu amigo, tudo bem?
-Muito bom Sr. João, vamos ver se encontro algo que me interesse... Humm... Livros policiais, romances, espíritas, esotéricos, didáticos... Acho que vou perder um bom tempo aqui pesquisando. Bons livros mesmo e com um precinho bem camarada.Acho que fiquei bem uma hora pesquisando na caixa de ofertas até que me decidi.
-Acho que vou levar esses cinco Sr João! Tem um aqui sem capa, eu procurei, mas não a encontrei aqui. Mas puxa, parece ser tão bonito esse livro, vou levar assim mesmo. Será que a capa não estaria perdida por aí?
-Ah meu amigo, creio que sim, mas deixe-me seu endereço e telefone que se eu a encontrar entrarei em contato com o amigo, fique tranqüilo. Bom o total de sua compra é vinte e cinco reais, mas vou fazer 20 reais e você vai levar esse sem capa como desconto, está bem para o amigo?
-Perfeito para mim, muito obrigado Sr João! Creia, o senhor ganhou um cliente que será assíduo, afinal, clientes se conquistam através de um bom atendimento e o atendimento que o senhor dispensa aos clientes é exemplar, muito agradecido!
-Não há de que amigo, aprendi com meu pai, que aprendeu com meu avô. Educação passada de berço dá nisso não é?
-Sim, com certeza! Até mais ver Sr João, bons negócios!
Sai da biblioteca de livros usados com as minhas preciosidades, decidido a ir pra casa saborear com os olhos o que havia adquirido por uma ninharia. Minha noite na sala neste dia foi completa, e as letras passearam pelos meus olhos entrando em minha mente de uma forma voraz, porém gostosa. Comecei a folhear os livros, lendo seus prefácios, vendo os assuntos para escolher o que leria primeiro. Tanta coisa boa meu Deus! História natural, um romance baseado em uma história verídica, um livro de ufolgia (que eu adoro!), mais um livro espírita que eu ainda não tinha lido e o livro sem capa que era de poesias. Resolvi optar por esse último porque a poesia sempre foi um tema pelo qual muito me interessei. A poesia acalma, faz bem a alma, nos traz alento á todo o momento, nos faz desabafar, nos leva a amar... Este livro por incrível que pareça me inspirou antes que eu o tivesse lido, pois sem querer comecei uma a rascunhar no pensamento uma poesia...
Comecei então a ler finalmente este belo exemplar. De cara, uma poesia singular, tocante, profunda, cheia de amor, escrita não só por alguém que domina arte da poesia, como também por alguém que emprega imensa paixão e dedicação por esta arte tão bonita. Li e reli a poesia que se encontrava impressa na primeira página e me emocionei demais, tendo meus olhos marejados de emoção. Como é belo este poema meu Deus! Que deliciosos versos estão estampados aqui e que belíssima ilustração completa esta obra que tenho em minhas mãos. Seguramente esta é a mais bela aquisição que fiz nos últimos tempos. Maravilhado que fiquei com a primeira poesia, decidi então dar continuidade na leitura de todos os poemas, sonetos e prosas poéticas, página por página, sem pressa, lendo e relendo ás vezes duas vezes cada poema, cada soneto, cada prosa e, comecei a ler tendo como fundo musical de um belo cd de new age que pus pra tocar no meu som.
Li sem parar e ao final do livro, adormeci suavemente em minha poltrona, sonhando com muitas das situações escritas nos poemas, com os versos ora de desabafo, ora de amor, ora de tesão, ora de sentimentos diversos e viajei nas asas da imaginação pelo mundo dos sonhos, me deixando levar e transportar pelos versos escritos por um poeta que com certeza tem a alma pura e muito amor dentro do coração. Voei com as palavras, com as rimas, com os versos, com as estrofes e tive lindos sonhos. Os verdadeiros poetas têm á capacidade de nos fazer viajar com seus poemas. Nos sentimos personagens de seus enredos, nos enxergamos como se fossemos os inspiradores de seus versos, vemos em suas palavras muito do que vivenciamos, de nossas experiências de vida, de nossas paixões e sofrimentos. Por momentos somos a própria poesia, visitamos lugares, vemos em seus versos situações que parecem ter sido vividas por nós e enfim, fazemos parte deles. Que bonito isso! Quão bom seria se o mundo tivesse mais poetas e se a poesia brotasse nas mentes de todas as pessoas com mais facilidade, porque, com certeza o mundo seria bem melhor! Este foi o meu último pensamento antes de adormecer com o livro aberto pousado sobre o meu peito...
Acordei maravilhosamente bem de manhãzinha, disposto para um novo dia de trabalho. Saboreando meu café, passei os olhos no jornal vendo as notícias diárias e então entre um gole e outro meu telefone toca. Era o sr João da biblioteca de livros usados:
-Senhor Marco? Aqui é o senhor João da livraria onde o senhor comprou os livros ontem, lembra?
-Claro que sim, lembro sim, o que o senhor manda?
-Encontrei o que faltava daquele livro que o senhor levou ontem. A capa, o prefácio e a contra capa do livro estão aqui comigo. Um portador vai passar no seu endereço agora e vai retirar o livro pra que ele seja restaurado e depois lhe será entregue novamente.
-Não será necessário senhor João, não se incomode com isso que eu mesmo faço depois.
-Sim senhor, eu entendo, mas é que nós temos aqui uma oficina de restauração e os alunos aprendem o processo de restauração com alguns livros aqui da biblioteca, o senhor não se importaria?
-Ah, nesse caso tudo bem, poupa-me o trabalho e ainda dou a oportunidade dos alunos aprenderem este processo. Pode vir apanhar o livro, deixarei na portaria.
-Obrigado senhor Marco, estou mandando o portador aí agora mesmo, abraços!Entreguei o livro ao portador, que o levou a oficina de restauração da livraria e fiquei esperando ansioso pela volta de minha preciosidade o que ocorreu em dois dias em virtude do acúmulo de livros a serem restaurados. Mas a espera valeu a pena e como valeu! O livro voltou a mim com a sua capa original, intacta, como se fosse novinho. A edição original era do ano de dois mil e dez, sendo que esta edição que adquiri é a quinta edição do livro, publicada no mesmo ano. Que maravilha isso! Um belíssimo livro de poesias ter cinco edições num mesmo ano! Imaginem quantas edições já não tiveram até agora? Maravilhado e ciente de que realmente minha biblioteca pessoal tinha ganhado um dos mais valiosos itens de minha coleção, sentei-me de novo na poltrona, munido de uma caneca de café, pus para tocar uma música suave e comecei a ler o prefácio:

“O que dizer dessa poetisa linda? O que dizer dessa dama da poesia? O que falar dessa notável mulher que nos encanta com sua bela escrita e que nos emociona com cada verso que imprime, não só no papel, mas no coração de todos nós? Eu a conheci no mundo virtual, esse universo chamado Internet, que nos revela ás vezes surpresas incríveis. Em pouco tempo de amizade, vi essa fantástica poetisa mostrar para todos, os seus primeiros versos e embora ao meu ver ela ainda o fazia de forma um pouco tímida, já revelava através da escrita uma sensibilidade e um talento fora do comum. Eu já escrevia e ela se tornou a minha parceira em uma comunidade na rede de relacionamento social Orkut, chamada Café das Letras, que depois teve um desdobramento para um blog de mesmo nome, ambos de grande sucesso, mas em pouco tempo ela foi alçando vôos mais altos, foi se destacando, criando asas, se libertando e colocando a imaginação, a inspiração e o feeling pra fora cada vez com mais facilidade e desenvoltura. Esse talento não demorou a ser notado. Seu primeiro reconhecimento público depois do Orkut, foi o segundo lugar num concurso de poesias de sua cidade, a bela São José do Rio Preto, cidade do interior de São Paulo e depois, ganhou outros grandes concursos, tendo participado também de várias coletâneas de poesias com autores diversos, todos também belos, um desses livros inclusive é uma coletânea de poemas da comunidade Café das Letras. Agora ela estréia este seu primeiro livro solo o qual tenho a honra de prefaciar, o qual tenho certeza, será o primeiro de muitos livros lançados por esta bela poetisa paulista, que vai atingir em cheio o coração de todos os leitores, que se deliciarão com estas maravilhosas páginas. A grande maioria dos poemas aqui impressos, tive o privilégio de ver nascer e a mesma emoção que senti, será sentida por cada um de vocês, queridos leitores. Minha linda e amada poetisa Mônica dos Santos, minha parceira querida, minha eterna amiga! Eu disse a você que você atingiria seus objetivos. Pois bem, aí está mais uma parte de seus sonhos se tornando realidade. Desfrute de todo esse reconhecimento merecido e justo e tenha certeza de que muitas alegrias virão pela frente, a partir do lançamento deste livro.Um beijo em seu coração! José Roberto Vaicenkovas. São Paulo, Janeiro de Dois mil e dez”

Ler este lindo prefácio fez com que a emoção tomasse conta de mim novamente, principalmente porque as palavras contidas nele traduziram fielmente o que ontem senti ao ler este belo livro que agora tenho em minhas mãos e o qual decidi não vou me desfazer jamais. Jurei desde então guardar este belo livro em meu cofre, localizado no coração e ele, além de ser meu livro de cabeceira até hoje tem sido o alento para todos os dias em que a tristeza ousa se colocar em meu caminho. Guardo este livro no coração e ao finalizar esta história, me sinto tentado a abrir mais uma vez o livro e relê-lo a fim de que eu possa me emocionar mais uma vez. Se me permitirem, lerei para todos vocês o primeiro poema deste livro, que é o título desta obra belíssima. Um poema que fez verter lágrimas de meus olhos e que acredito irá emocionar á todos vocês. Posso começar? Vamos lá:

AINDA TE ESPERO

MONICA DOS SANTOS

*

Quando das minhas mãos

o tremor arrítmico marcar

os outonos sem fim

que passei à tua espera

que eu possa relembrar

*

Quando dos meus sentidos

a ausência se fizer sentir

e meus tantos invernos

tornarem-se remotas e frias lembranças

que eu possa esquecer

*

Quando da minha face

os vincos de tantas primaveras

se fizerem caminhos floridos

na memória e na alma

que eu possa sorrir

*

E, que ao erguer o que resta

da minha fronte altiva

em direção ao Sol, que tantas vezes

me trouxe você

eu possa ainda te esperar

no próximo verão.


Lágrimas sentidas rolam agora novamente em minha face, enquanto adormeço calmamente embalado por este poema que compõe em minha vida a minha mais poética lembrança!! FIM!