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quarta-feira, 19 de setembro de 2007




O Lobo do Porto


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Num cais vazio

A beira do porto

Sujo e sombrio

Encontro-me morto

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Meu corpo inerte

Espera sem vida

Que minha alma se liberte

Desta agonia dolorida

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O lixo se espalha

E o vento o varre por cima de mim

Cobrindo minha triste mortalha

Como que a coroar o meu fim

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Vejo o escuro

Que se dissipa no horizonte

Dando lugar ao astro nascituro

Que surge por traz da ponte

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Tento num grande esforço

Mover-me para a luz

Mas para a beira do poço

Meu espírito se conduz

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É quando pressinto

A aproximação

De um lobo faminto

Que vem em minha direção

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Tento me mover

Mas não consigo

Ele vai me morder

Corro perigo

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Mas estou morto

E nada posso fazer

Neste sujo cais do porto

Para me defender

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E sou devorado

Sem dó nem piedade

Mordido e despedaçado

Com sadismo e maldade

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Perdi o sopro de vida

Que de meu âmago logo se esvaiu

Oh lobo homicida

De onde tu surgiu?

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Mas ele sem se importar

Retira-se neste triste arrebol

Para depois de se saciar

Ir feliz da vida descansar

Sob a brilhante Luz do Sol...

Um comentário:

Dani (ela) disse...

deu uma vontade de virar caçador e abater esse lobo.

mas aí eu pensei... às vezes, o lobo somos nós mesmos...

bjo Zé.