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sábado, 8 de setembro de 2007

DIÁRIO ESTELAR - CAPÍTULO 3O
Diário Estelar 1234567/30
Sistema Solar: Desconhecido
Dia/Mês/Ano e Hora: incertos
As fotos de minhas viagens são extremamente emocionantes pra mim pois como eu já disse, visitei muitos lugares. Paisagens lindas como cachoeiras, praias, cidades históricas e o campo. Tá tudo registradinho aqui nessas lindas fotos. E querem saber uma coisa engraçada? Mesmo na época que nós estamos, com os gravadores de dados, áudio e vídeo, eu não consigo deixar de guardar essas fotos de papel, porque elas trazem pra mim um romantismo que não se vê hoje em dia. Agora você pega uma máquina fotográfica digital e ela faz tudo pra você, basta saber decorar o manual, enquadrar, apertar o botão disparador e pronto! Antes não, você tinha que escolher o filme certo, da asa certa, regular luz (fotômetro), velocidade, abertura, foco e enquadramento. Ufa, quanta coisa né? Sinto saudades das minhas velhas máquinas, mas que adiantariam elas se hoje em dia não se vendem mais filmes fotográficos? Pois é... Mas romantismos á parte, vou revendo cada clique efetuado no orbe terrestre, no País Brasil e nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. E nesses estados brasileiros que visitei, centenas de cidades visitadas estão devidamente registradas pelas minhas lentes. Acho que um dos lugares mais maravilhosos que eu visitei chama-se Bonito, e fica no estado do Mato Grosso do Sul. Um lugar paradisíaco, onde os rios são de águas cristalinas e os peixes nadam junto aos mergulhadores sem o mínimo medo, pois sabem que não correm perigo. Serra do Cipó em Minas Gerais é um outro lugar mágico que visitei e que para mim é muito “esotérico”. É uma região de cerrado, com umas 100 cachoeiras e umas 200 espécies de orquídeas. Acampei muito lá e tenho grandes recordações. Em Minas Gerais também visitei muito a cidade de São Thomé das Letras, que fica no Sul do estrado. Aliás, esta mística cidade me faz lembrar de uma pessoa bastante especial chamada Gabriela, a Gabi, menina meiga e faceira, uma amiga muito dedicada que eu tenho. Por onde andará a Gabi? Puxa, gostaria muito de reencontrá-la! Deve estar em alguma dessas estrelas por aqui, porque uma pessoa tão especial só poderia morar mesmo numa brilhante estrela. Mudando de assunto, sabem que eu fiz uma maratona de bicicleta de São Paulo ao Rio de Janeiro? Pois é, levei 5 dias viajando por cidades do litoral norte de São Paulo, parando em todas as praias até chegar na Cidade Maravilhosa como é chamado o Rio de Janeiro. Pena que minha “bike” quebrou bem quando chegamos embaixo do Pão de Açúcar (que é um ponto turístico do Rio) pois a intenção era voltar também, mas não deu. Acho que dessas viagens todas o estado mais bonito que conheci é o Rio Grande do Sul, com cidades extremamente bem cuidadas, ruas arborizadas e floridas, enfim, um brinco! Creio que a força de preservação das cidades nesse estado é levado a sério e com unhas e dentes, tudo é protegido. O mesmo se deu com os rios do Brasil e em especial do Estado de São Paulo. Me lembro que um dia, eu e minha amiga Rita pescávamos na beira do Rio Piracicaba e ela comentava comigo que o Rio Piracicaba passou por momentos tristes em virtude da poluição que alguns inescrupulosos tentavam jogar nele, mas com a iniciativa popular e depois a privada, tudo foi resolvido. Mas eu disse a ela que quando se tem vontade, tudo se resolve. Na cidade onde eu morava, São Paulo, lá pelos idos de 2.005, tinham três rios que de tão poluídos que eram, haviam se tornado sólidos! Dava pra imitar Jesus Cristo, andando sobre as águas, mas no caso desses rios, se andava em cima de lixo mesmo! Os Rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí eram tão poluídos que pra você morrer em um deles, não precisava nem se afogar e sim beber uma colherinha daquela água nojenta e poluída. Por volta de 1.930, as pessoas ainda nadavam e faziam competições de remo, depois ficou impraticável. Hoje a situação é diferente. As pessoas podem fazer piqueniques á beira do Rio Tietê, fazem churrasco, nadam em algumas pequenas praias de areia que se formam ao longo do Rio e navegam com barquinhos a remo. É, quando se quer, se faz! Mas também, se não se fizesse nada, estaríamos agora passando por maus bocados, com a falta de água limpa. Graças á Deus tudo foi resolvido. As recordações enfim, retratos de épocas vividas, são motivos maravilhosos para pensarmos que tudo que temos deve ser não só preservado, mas valorizado e que no futuro, nossos filhos e nossos netos usufruirão de tudo isto. Muita coisa já não existe mais, fruto da ganância destruidora que não mede esforços para acabar com o pouco que tem. Eu costumava chamar isso de “a destruição por necessidade”, ou seja, algumas pessoas sempre destruíram, poluíram e depredaram tendo em mente uma desculpa para fazê-lo. Querem um exemplo? Na beira da Represa de Guarapiranga, uma represa de águas que abastece a cidade de São Paulo, as pessoas começaram a construir moradias irregulares. Lembro-me muito bem, acho que devia ser na década de 80 ou 90. Pois bem, o esgoto dessas residências clandestinas e irregulares, tinha o seu cano de esgoto direcionado pra dentro da Represa ao invés de ser direcionado para a rede coletora de esgotos. Quando os moradores eram questionados do porque não faziam isso e se não sabiam que estavam poluindo a própria água que iriam beber, sempre tinha um que dizia: “Ah Senhor, mas é a necessidade! Eu não tenho dinheiro para pagar a empresa que cobra por água e esgotos e então a solução é essa!”, ou seja, é a destruição por necessidade. Os desmatamentos, as queimadas, a pesca irregular, e as invasões de terra, sempre foram na minha opinião “destruições por necessidade!” Hoje o homem aprendeu a preservar e a cuidar do que é seu, mas passou maus bocados até entender que era preciso. Vejo as cachoeiras aqui nesta foto que tirei na Serra do Cipó e torço para que ela esteja do jeitinho que eu tirei. E acho que estará sim...Ah, fiquei feliz sim, podem acreditar. Rever tudo isso, mesmo algumas passagens não muito boas foi bom pra mim. Acho que agora vou descer até minha sala de estar e apreciar um pouco a minha natureza espacial, esta sim preservada por criaturas dedicadas como o Velho e bom Raul Seixas...

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