AS ÁGUAS DO ENTENDIMENTO
Um fio d’água
Brotado de uma mina
Desceu da encosta
De forma mansa e humilde
Escorrendo pela terra
No percurso desse fio d’água
Outras pequenas minas
Brotando de várias encostas
Começaram a se juntar
Unindo-se graciosamente a ele
E o fio d’água se transformou
Primeiro em humilde regato
De regato em um pequeno ribeirão
E de ribeirão em um belo rio
Imponente e formoso
Formoso rio de águas caudalosas
Porém tranqüilas e límpidas
Que corria em seu leito manso
Trazendo ás suas águas e margens
Paz, vida, amor e alegria.
As margens eram floridas
Os peixes nadavam sossegados
Levados por uma correnteza suave
Que seguia de uma forma lenta
Quase imperceptível
Mas no percurso desse rio
Grandes pedras e troncos de árvores
Colocaram-se no seu caminho
Transformando águas mansas em corredeiras
Turbulentas e perigosas
A turbulência instalou-se em seu leito
Revolvendo também as suas margens
Trazendo uma tristeza muito grande
E uma pergunta como um sinal de alerta
Ao futuro desse grande rio:
O que seria desse rio?
Qual seria seu destino com esses obstáculos?
Transformaria-se ou morreria
Assoreado pelos percalços
E pelas pedras do caminho?
Mas a sábia natureza
Que soube formar o rio
Com pequenas minas d’água
Soube também resolver esse problema
Com maestria
Com tranqüila serenidade e amor
Reuniu todos os fios d’água
E conversando com eles calmamente
Os levou não a contornarem os obstáculos
Mas sim a usá-los a seu favor
Fazendo desses obstáculos
Um grandioso motivo
Pra serem ainda mais unidos
A fim de preservarem suas águas
Seu leito, sua margem e suas vidas.
O rio formoso então
Com a união das minas
Voltou a ser calmo e sereno
Trazendo ainda mais amor e vida
A navegar em seu leito
E assim seguirá seu curso
Agora mais firme e mais belo
Porque o entendimento e a união
Fortaleceu suas águas
Que seguirão ainda mais unidas
Até que desemboquem no mar...
domingo, 30 de dezembro de 2007
sábado, 29 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Mais uma noite se finda
É hora de me recolher...
A noite foi linda
Mas preciso adormecer
Olho pra você uma vez mais
Para então nos desligar
Não queria fazer isso jamais
Mas se não o fizer, vou apagar
A medida que tudo fica vazio
E que a luz enfraquece
Sinto um ligeiro calafrio
E minha mente se entristece
Fico triste porque me despeço
Deixando você ainda conectada
Adoraria ficar contigo, confesso
Pelo resto da madrugada
Mas nos desligo
Deixando o sono me vencer
Mas prometo estar contigo
Minha vida, meu abrigo
Logo após o amanhecer...
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Tenho medo de seu medo
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Ah que bom! Acabei a minha tarefa por hoje e agora vou pra casa. É véspera de Natal e a cidade iluminada me encanta. Luzes, néons, vitrines acesas, um Papai Noel notívago voltando pra casa depois de um dia de trabalho dentro de um Shopping desta metrópole. Veja quanta gente apressada com seus inúmeros pacotes e sacolas nas mãos. É, hoje é dia de festa. Comemoraremos o aniversário de nascimento daquele que nasceu para nos salvar e nos dar as diretrizes de uma vida de harmonia e alegria. Ele nos ensinou a humildade, pregou o amor ao próximo, nos falou da caridade para com o nosso semelhante e nos deu o exemplo dividindo pães e peixes entre os necessitados. É, relembrar essa bela e eterna página de nossa história faz com que eu passe o tempo. Já sai da via principal e estou já caminhando pelo começo de meu bairro. As luzes ainda são intensas e eu nem preciso de iluminação para me guiar. A lua é bonita e as casas iluminadas transformam tudo, trazendo a claridade. E por falar em claridade, olha só aquela casa ali que beleza! Uma decoração de Natal e tanto, algo de fazer inveja. E quanta gente hein? Deixa-me ver mais de perto...
Caramba, que mesa farta, quanta gente reunida em volta da mesa! Meu Deus, quantos quilos deve ter aquele pernil? Que fome! Minha barriga ronca! Hoje estou meio fraco, aliás, não ando muito bem ultimamente. Deve ser o excesso de trabalho que me impede de me alimentar direito. Mas fazer o que? Ah, que delicia aquele manjar com aquelas ameixas por cima. Vinho, espumante, quanta coisa. Estou babando na janela. Mas espere, alguém levantou da mesa e vem em minha direção. Acho que vai falar comigo.
-O que você está olhando?
-Ah, sabe, eu estou admirando a sua festa e a mesa farta que une você e seus familiares. Como é bonito ver isso não é?
-É sim, mas não é pro seu bico, por favor, vou pedir para você se retirar.
-Me desculpe por ter parado aqui, mas me encanto com o Natal e toda a sua simbologia. Vinha andando, olhando as luzes, os pisca-piscas e tudo o mais e parei aqui embaixo de sua janela pra admirar. Andei um bocado hoje e me sinto meio fraco. Desejo chegar logo em casa, pois minha barriga ronca.
-Ah já sei, quer filar a bóia é? Não tenho nada! Por favor, siga seu caminho senão eu chamo a polícia!
-Desculpe senhor, não era a minha intenção e já estou indo! Que Jesus lhes conceda um lindo Natal cheio de paz, alegria e muita fartura. Boa noite e mais uma vez desculpe incomodá-lo!
-Passar bem!
Vou embora, a porta se fechou na minha cara e eu devo seguir meu caminho porque ainda tenho uns três quilômetros pra chegar na minha casa. Acho que vou ligar o meu radinho pra ouvir uma canção. Quem sabe não toque alguma canção natalina, pois assim vou pra casa já com o espírito do Natal não é? Deixa-me ver o que vai tocar agora no FM.
-E agora a sua FM Liberdade vai tocar a canção Cidadão, composta por Lúcio Barbosa interpretada por Zé Geraldo:
-Oi Bastião, acordado ainda meu compadre?
-Pois é Zé, eu estou aqui pitando meu cigarro de palha até o sono chegar.
-Mas e o Natal, vai passar outra vez só?
´-Que remédio Zé, sou só, você sabe e eu não creio na simbologia do Natal. A vida me fez ficar um pouco descrente e hoje sou um tanto quanto cético.
-Ah, vamos lá pra casa! Será um prazer recebê-lo para a ceia meu amigo!
-Não Zé, agradeço, mas não vou aceitar. Vou ficar aqui só olhando a luz das estrelas pitando esse fuminho de corda aqui. Vá Zé, corre senão vai se atrasar!
-Que pena que não poderá vir Bastião, mas desejo-lhe um Natal maravilhoso viu? Fique com Deus compadre Bastião!
-Amém Zé, amém!
Sigo meu caminho, mas não posso deixar de me entristecer por ver meu compadre assim sozinho e descrente. Espero que ele encontre sua fé novamente e que acredite, afinal acreditar de verdade é ter fé e ter fé é conseguir tudo aquilo que se quer.
Hummmmmmmm Graças á Deus estou chegando a minha casinha. E cheguei em tempo ainda para a ceia.
-Maria, meninas, papai chegou!
-Papai, papai! A sua benção! Que bom que o senhor chegou! Estávamos esperando o senhor com ansiedade para a ceia. Mamãe toda hora olhava no relógio!
-Meus amores, Deus abençoe vocês minhas filhas queridas! Abracem o papai aqui e me deixa-me beijá-las meus tesouros preciosos. Que bom reencontrar vocês minhas princesinhas. Cadê mamãe?
-Está lá no quarto papai, ela está se aprontando pra ceia.
-Vou lavar as minhas mãos e vou lá agora. Fiquem aqui está bem?
-Sim papai, estaremos aqui.
-Oi amor, posso entrar?
-Claro amor, entra. Me diz, o que você trouxe hoje para a ceia? As meninas estão ansiosas.
-Maria, meu amor, minha vida, consegui 10 pãezinhos e quinhentos gramas de mortadela lá da venda do Seu Juca, um homem muito generoso. Eu pedi quatrocentas gramas e passou cem gramas, mas ele não me cobrou a mais.
-Que bom Zé, mas só isso rendeu hoje?
-Sim Maria, foi o que deu pra comprar com as latinhas que vendi hoje pro sucateiro. Não consegui catar mais nada. A concorrência nos recicláveis é grande. Passei o dia puxando esse carrinho e tive que retornar com ele vazio. Pra subir essa ladeira aqui até nosso barraco foi um “upa” e quase deixei o carrinho no barraco do compadre Bastião. E você, conseguiu algo amor?
-Ah, consegui umas porções de arroz, um “cadinho" de feijão e uns legumes cozidos dos amigos dos barracos ao lado.
-Gente generosa demais essa. Devo a eles muitos favores! Mas vamos nos sentar e vamos fazer a nossa ceia que já está na hora. Meninas sentem-se!
-Nossa papai, mortadela? Que banquete teremos hoje! Acho que é a melhor ceia que já a tivemos não é papai?
-Sim minha filhinha, sem dúvida que é. Mas espera, tira a mão daí! O que lhe falei ontem sobre a ceia de Natal?
-Ah sim papai, me perdoa, primeiro temos que dar graças pelos alimentos não é?
-Sim, vamos orar! “Senhor nós Vos damos graças pelos alimentos que temos em nossa mesa hoje nesta noite em que celebramos o Vosso nascimento. Conceda-nos uma noite de paz, alegria e amor e que nós possamos estar unidos ainda mais nos ideais que você Mestre, nos pregou como diretriz. Amém!” Meninas, agora comam direitinho. Passa-me a jarra d’água meu amor?
-Aqui está Zé, vamos brindar... Pena que as canecas de plástico não façam tin tin quando tocadas umas nas outras, mas não tem importância, o importante é brindar não é?
-Sim amor, é verdade!
Aqueles quinhentos gramas de mortadela rapidamente desapareceram e nos saciamos numa ceia deliciosa que como minha filha bem lembrou foi a mais deliciosa desde que ela nasceu. As anteriores foram piores talvez, mas graças á Deus ela não pegou essa fase. Comemos, nos saciamos, demos graças e fomos dormir o sono dos justos, felizes por estarmos unidos e com saúde. E ao dormir, ainda rezo, pedindo ao bom Deus que me conceda forças pra empurrar novamente meu carrinho pelas ruas amanhã em busca de recicláveis, pois o que tínhamos de alimento, comemos nesta ceia e amanhã tenho que arrumar alimento para o nosso almoço.
Acordo agora, depois de um sono tranqüilo onde me refiz do cansaço de ontem. Vou lavar a cara e sairei de novo morro abaixo em busca de minha sobrevivência. Os pássaros cantam lá fora, o sol está esturricando apesar de serem 9 da manhã e lá vou eu. Desço o morro de novo.
-Ô Bastião, bom dia compadre! Ainda no cigarrinho de palha?
-Pois é Zé, maldita insônia!
-Eu sei como é, mas hoje e vinte e cinco de Dezembro, dia de Natal, tenhamos fé!
-Tenho não, já perdi!
-Esse é o velho Bastião que conheço! Mas deixe-me ir. Até logo mais compadre!
-Até! Boa catança! Mande beijos pras meninas e minhas lembranças á Maria sua patroa!
-Pode deixar, mandarei sim!
Nossa, caminho ladeira abaixo e já vejo o movimento das ruas lá no centro da cidade. Como é bonita vista daqui de cima do morro! As ruas estão desertas. O pessoal está dormindo, aposto que estão todos de ressaca há essa hora. Vejo algumas garrafas de champanhe vazias e vou recolhê-las. Espero lotar o carrinho hoje...
Meio dia e nada! A concorrência é grande! Não consegui meu almoço e não sei o que dizer á Maria e as meninas. Que desculpa darei? Preciso pensar. Recorrer ao Seu Juca não dá. Ele é um homem generoso, mas aí é abusar. Deixa-me seguir meu caminho. Agora avisto aquela casa que parei ontem. Ih esqueceram os pisca-piscas ligados, vou avisá-los! Hummmmm Estou vendo uma montanha de lixo na porta. Será que acho algum reciclável? Deixa-me vasculhar aqui.... Hummmmmmm Nossa, metade daquele pernil desperdiçado. O manjar também não foi comido. Restos de frango... Coxas intactas e tudo embolado no lixo com terra e outras sujeiras. Nossa, vomitaram aqui dentro. Meu Deus, que desperdício! Mas deixa-me tocar a campainha. Tin tón!!!!!
-Quem é a essa hora da manhã? Ah é você de novo? Eu já não te disse que não tenho nada pra te dar? Porque não dá o fora daqui antes que eu chame mesmo a viatura?
-Mas senhor é que eu queria...
-Passar bem! Ande logo vagabundo que já estou com a mão no telefone!
-Desculpe, já estou indo! Bom Natal para o senhor e para a sua família. Deus os abençoe!
Vou embora cabisbaixo, sem nada pra vender como reciclável e sem um centavo para dar de comer a minha família. O jeito é caminhar mais um pouco com este carrinho e tentar achar algo por aí. Deixa-me ligar meu radinho pra me distrair, pois quem sabe não ouço algo que me alegre o dia pelo menos? Que será que está tocando na Liberdade FM? Deixa ver...“Fui eu quem criou a terra
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
(Sinfonia em 11 Movimentos)
Primeiro Movimento: Largo
Os corpos se encontram
Mas não se vêem
Mantêm-se distantes
Um do outro
Os olhares atentos
olham para tudo
e para todos
mas não se miram
Segundo Movimento: Affettuoso
Os corpos não se encontram
mas se vêem
E aí começa o flerte
delicado e tímido
Insinuam-se as palavras
Gestos demonstram desejos
em metáforas escritas
de fácil tradução
Terceiro Movimento: Allegro
Os desejos são trocados
ainda de forma velada
demonstrando claramente
aquilo que se quer
Retratos estão á vista
se exibindo, excitando
preparando o enlace
que não tarda a começar
Quarto Movimento: Adágio
O amor começa...
Um sentimento terno
que envolve e protege
que ampara e acolhe
Emociona, faz marejar!
impressiona pela beleza
que abraça os dois corpos
e os une de vez
Quinto Movimento: Dolce
Promessas são trocadas
Planos são traçados
Lembranças do passado
os fazem refletir.
Que o começo de tudo
poderia ter sido outro
se seus olhos se fitassem
em sentimento e vontade
Sexto Movimento: Allegro ma non troppo
Começa a dança sensual
ainda pouco intensa
mas forte o suficiente
para lindas noites de cópula
Dois corpos se transformam
em um único corpo
que estremece em uníssono
numa perfeita sincronia
Sétimo Movimento: Com fuoco
O fogo intenso faz estremecer
A mente perde o juízo
e os movimentos se aceleram
marcando um ritmo veloz
Já esquecem o perigo
pensando apenas na chama
que crepita ardentemente
dentro de cada um
Oitavo Movimento: Maestoso
Movimentos sincronizados
muito rápidos e precisos
fazem suar e contorcer
numa transa majestosa
Os corpos dos amantes
O que se abre por inteiro
E o que penetra sem cessar
Se entregam ao prazer
com vontade e volúpia
Nono Movimento: Agitato
As palavras sussurradas
ao pé do ouvido
são trocadas por palavrões
gritados, sentidos
Até que as estocadas finais
Dadas com precisão
Façam misturar o suor dos corpos
Com leite e mel
Décimo Movimento: Largo
Abraçados com paixão
Os corpos descansam
Trêmulos e ofegantes
Exaustos, porém saciados
E depois se deitam
Dormindo de conchinha
ao fim dessa intensa noite
Que mais uma vez foi recheada
De sexo, amor e tesão...
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
O tempo parece ter parado
coração em descompasso
O pensamento ansioso e revolto
estou só...em mim sinto teu corpo
Desejo te encontrar, você não vem
Quero sentir de novo tua presença
Seu olhar a me queimar a alma
Sua pele macia que acaricio
Seu toque suave me tirando a calma
a porta se abre, a brisa te tráz
Um arrepio gostoso me invade
Sinto teu cheito, te sinto mais perto
Teu aroma doce e inebriante
em ti me perco, és meu deserto
Meus olhos se enchem de emoção
Nossos corpos em total sintonia
estamos entregues á paixão
Absortos em plena marisia
Eu sou teu mar, você, minha calmaria.
O tempo parece ter parado de novo
Mas agora estás aqui...
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
O vulcão está ativo
Quer entrar em erupção
Está vivo
Sinto estar perto a explosão
A lava incandescente
De extremo calor
Que se agita rapidamente
Provoca-me ansiedade e tremor
Pensar em sua erupção
Causa-me arrepios
Falta de ar, tesão
Calafrios
Serei pela lava atingido
Quando o vulcão a expelir?
Será que estarei perdido
Quando tudo explodir?
Não...
Nunca estarei perdido
Ao contrário, terei me encontrado...
Estarei num torpor incontido
Como nunca antes havia estado
Por isso desejo agora
Que esse vulcão imenso
Faça jorrar nesta hora
Um jorro imponente e denso
E que sua lava fervente
Espessa e sulfurosa
Cubra-me totalmente
De forma intensa e poderosa
Porque vou me entregar
Com vontade e paixão
A esse fogo que há de me matar
De desejo
Gozo
E tesão...
Vem, deixa explodir o vulcão...
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
O tempo passou depressa para Beatriz e esse mesmo tempo, muitas vezes cruel, fez com que eu me distanciasse dela, trazendo para meu interior uma sensação de vazio e tristeza, que vinha e voltava toda hora a me atormentar, muito embora, com uma fé inabalável, eu acreditasse em um bom futuro para Beatriz, assim como tenho desejado esse mesmo bom futuro para todos os meus amigos. E esse distanciamento era devido ao fato de que ela se compenetrava cada vez em sua profissão, porque estava para começar o período de residência médica. As distâncias aumentavam cada vez mais, até o dia em que perdi o contato com Bia, devido a um trabalho que ela havia arranjado em um hospital de uma cidade distante. Muito tempo se passou desde então, mas seu semblante de menina moça nunca mais havia saído de minha mente, porque marcas profundas de uma grande amizade nunca se apagam, permanecem vivas para todo o sempre. Um dia, eu fui convidado para fazer uma pequena palestra em um congresso médico, cujo tema era a relação entre médicos e pacientes no que se referia a uma humanização maior entre atendentes e atendidos. E esse convite partiu porque eu havia abraçado um trabalho voluntário que cuidava exatamente dessa área humanitária. Sentei-me na segunda fila e esperei a palestra começar. Para minha surpresa e estupefação, a palestra seria dada pela Doutora Beatriz, isso mesmo, aquela menina faceira do interior que havia se formado e que já tinha sido promovida (nesse tempo todo de profissão), para Doutora Chefe de um grande hospital de sua região. Pois bem, ao iniciar sua palestra, Dra Bia resolveu agradecer todos aqueles que a tinham ajudado no passado, citando inclusive meu nome, sem saber que eu ali estava e que a olhava com uma profunda admiração e orgulho. Após sua brilhante palestra, muito aplaudida por sinal, o cerimonial deu continuidade a convocação de outros palestrantes enquanto Dra Bia tomava lugar de destaque na mesa em cima do palco. Minhas pernas começaram a tremer á medida em que se aproximava minha hora de falar, e minha garganta secava constantemente pelo nervosismo e apreensão. Mas chegou a hora e meu nome foi anunciado. Ao subir no palco, coloquei-me diante do microfone, saudei a platéia e quando fui saudar a mesa dos palestrantes, notei a Dra Bia com o olhar fixo em mim, olhos marejados, úmidos e desejosos de despejar as mais incontidas lágrimas de felicidade. Lembro-me claramente de que as únicas palavras que consegui dizer naquela noite foram: “Amigos, nunca deixem de acreditar em vossos potencias, e jamais deixem de acreditar em vossas felicidades, pois ela virá, mais cedo ou mais tarde oriunda de vossos esforços, vontade, fé perseverança e dedicação. Que Deus em sua infinita bondade, derrame sobre cada um de vós, toda a felicidade e a realização profissional que cada um de vós busca aqui com certeza.!” Não consegui ir além, pois uma emoção fortíssima se abateu sobre meu ser e a única coisa que me lembro a partir daí era de ter visto a Dra Bia se levantar de sua cadeira, vir em minha direção, me abraçar fortemente, para num copioso choro, dizer: Obrigado meu grande amigo por tudo o que fizeste por mim. Sou-lhe eternamente grata e a ti darei todo o meu eterno amor e carinho. Ao que respondi: Deus te abençoe querida! Que Ele te faça ainda mais merecedora de toda essa felicidade e que ele ainda abra mais portas para ti as quais te conduzirão a uma felicidade ainda maior e a uma realização profissional infinita. Que assim seja!!!!
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
domingo, 4 de novembro de 2007
Se a vida os levar a empreeenderem uma viagem ao interior de si mesmos, não se esqueçam de levar os mapas intimos que os levarão a navegar pelo espaço da mente e do coração, com uma rota definida e esses mapas irão possibilitar a vocês terem uma viagem tranquila e uma volta segura, a hora que desejarem. A imagem que ilustra este epílogo, foi colocada por mim para dizer que, apesar da minha alegria por estar de volta ao meu planeta, tem alguém muito triste com tudo o que temos feito a esse nosso orbe terrestre e a nós mesmos por consequência...
Para ler todos os capítulos, clique em Diário Estelar nos marcadores e procure as primeiras postagens. Agradeço a quem leu e comentou, a quem apenas leu e aquem não leu mas ainda vai ler. Escrever esse diário por desabafo e prazer pessoal e ainda ter a companhia de alguns leitores é tudo de bom...