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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A HISTÓRIA DE BEATRIZ
(NUNCA DEIXEM DE ACREDITAR)
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Beatriz era uma menina simples, nascida no interior e que em sua adolescência veio para a cidade grande, enfrentar os desafios e os obstáculos tão particulares das grandes metrópoles. Eu a conheci ainda menina, cheia de esperança e amor. Almejava ser feliz, ter uma boa profissão, amar muito, constituir uma grande família e arquitetar um grande futuro para si e para os seus. Mas o tempo lhe diria que algumas de suas decisões estariam erradas, não porque ela o quisesse, mas sim porque o destino lhe reservara algumas surpresas. Desiludiu-se, sofreu, comeu o pão que o diabo amassou e em muitas vezes achou que tudo estava perdido. O mais interessante é que quando comentava sua má sorte com parentes e familiares, eles simplesmente não acreditavam que tais coisas pudessem estar acontecendo com ela e a encaravam-na como uma mentirosa. Mas Beatriz, ou Bia como era chamada, não desistia de tentar ser feliz e resolveu encarar as situações mais difíceis de frente, de peito aberto, até porque tinha encontrado um porto seguro onde pudesse se agarrar caso sua embarcação quisesse virar, que era sua fé em querer vencer e ser feliz. É engraçado como muitas vezes a felicidade verdadeira só chega ao nosso lado quando é um pouco tarde não é? Porque isso acontece eu não sei, mas é muito triste quando temos ao nosso alcance a mais bela pepita de ouro e não podemos pegá-la para nós porque ela já pertence a outra pessoa. Pois é, era o que acontecia com Bia, que aos trancos e barrancos levava sua vidinha simples de menina recém chegada do interior e que nadava vigorosamente contra a corrente de todas as adversidades da vida. Um dia encontrei Bia abatida e cansada da luta diária, pensando em querer desistir e se rebelar contra sua situação, mas me disse que não o fazia porque poderia ser extremamente desacreditada e acabaria relegada a própria sorte ou até talvez ao abandono. Disse a ela que nunca desistisse, que lutasse pelos seus ideais e que se precisasse, poderia contar com amigos como eu que não hesitariam em ajudá-la a hora que precisasse. E de minha parte, já tinha iniciado um processo mental de ajudá-la com minhas vibrações positivas e minhas orações diárias. Foi então que uma luz lhe bateu a fronte e ela decidiu se dedicar a uma profissão para não só fazer seu futuro, mas também para poder adquirir ânimo novo para a vida. E começou a estudar Medicina em uma grande universidade de sua cidade. Nos falávamos ocasionalmente desde então, devido aos compromissos que ela havia adquirido com os seus estudos e graças a eles, suas médias na universidade eram as mais altas possíveis, deixando-a muito feliz e esperançosa.
O tempo passou depressa para Beatriz e esse mesmo tempo, muitas vezes cruel, fez com que eu me distanciasse dela, trazendo para meu interior uma sensação de vazio e tristeza, que vinha e voltava toda hora a me atormentar, muito embora, com uma fé inabalável, eu acreditasse em um bom futuro para Beatriz, assim como tenho desejado esse mesmo bom futuro para todos os meus amigos. E esse distanciamento era devido ao fato de que ela se compenetrava cada vez em sua profissão, porque estava para começar o período de residência médica. As distâncias aumentavam cada vez mais, até o dia em que perdi o contato com Bia, devido a um trabalho que ela havia arranjado em um hospital de uma cidade distante. Muito tempo se passou desde então, mas seu semblante de menina moça nunca mais havia saído de minha mente, porque marcas profundas de uma grande amizade nunca se apagam, permanecem vivas para todo o sempre. Um dia, eu fui convidado para fazer uma pequena palestra em um congresso médico, cujo tema era a relação entre médicos e pacientes no que se referia a uma humanização maior entre atendentes e atendidos. E esse convite partiu porque eu havia abraçado um trabalho voluntário que cuidava exatamente dessa área humanitária. Sentei-me na segunda fila e esperei a palestra começar. Para minha surpresa e estupefação, a palestra seria dada pela Doutora Beatriz, isso mesmo, aquela menina faceira do interior que havia se formado e que já tinha sido promovida (nesse tempo todo de profissão), para Doutora Chefe de um grande hospital de sua região. Pois bem, ao iniciar sua palestra, Dra Bia resolveu agradecer todos aqueles que a tinham ajudado no passado, citando inclusive meu nome, sem saber que eu ali estava e que a olhava com uma profunda admiração e orgulho. Após sua brilhante palestra, muito aplaudida por sinal, o cerimonial deu continuidade a convocação de outros palestrantes enquanto Dra Bia tomava lugar de destaque na mesa em cima do palco. Minhas pernas começaram a tremer á medida em que se aproximava minha hora de falar, e minha garganta secava constantemente pelo nervosismo e apreensão. Mas chegou a hora e meu nome foi anunciado. Ao subir no palco, coloquei-me diante do microfone, saudei a platéia e quando fui saudar a mesa dos palestrantes, notei a Dra Bia com o olhar fixo em mim, olhos marejados, úmidos e desejosos de despejar as mais incontidas lágrimas de felicidade. Lembro-me claramente de que as únicas palavras que consegui dizer naquela noite foram: “Amigos, nunca deixem de acreditar em vossos potencias, e jamais deixem de acreditar em vossas felicidades, pois ela virá, mais cedo ou mais tarde oriunda de vossos esforços, vontade, fé perseverança e dedicação. Que Deus em sua infinita bondade, derrame sobre cada um de vós, toda a felicidade e a realização profissional que cada um de vós busca aqui com certeza.!” Não consegui ir além, pois uma emoção fortíssima se abateu sobre meu ser e a única coisa que me lembro a partir daí era de ter visto a Dra Bia se levantar de sua cadeira, vir em minha direção, me abraçar fortemente, para num copioso choro, dizer: Obrigado meu grande amigo por tudo o que fizeste por mim. Sou-lhe eternamente grata e a ti darei todo o meu eterno amor e carinho. Ao que respondi: Deus te abençoe querida! Que Ele te faça ainda mais merecedora de toda essa felicidade e que ele ainda abra mais portas para ti as quais te conduzirão a uma felicidade ainda maior e a uma realização profissional infinita. Que assim seja!!!!
Amigos, nunca, mas nunca mesmo deixem de acreditar que serão felizes, porque o serão, cada um a sua maneira, podem acreditar. Um grande beijo a todos!!!

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