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quarta-feira, 6 de junho de 2007

SEU JUQUINHA E A PALAVRA DO MESTRE

Alguns anos atrás, eu, minha esposa e um casal de amigos resolvemos fazer uma viagem por uma região de Minas Gerais chamada Serra do Cipó, que fica á três horas a partir de Belo Horizonte para quem vai para o Vale do Jequitinhonha. A Serra do Cipó é uma região de cerrado, onde existem mais de 100 cachoeiras lindíssimas e mais de 200 espécies de orquídeas. É A região é preservada e a parte do Parque Nacional da Serra do Cipó é bastante protegida. Pois bem, nos dirigimos até lá e depois da cidade de Lagoa Santa, começa a subida da Serra que na época que nos fomos era de terra pura. Uma pirambeira de dar medo, e se você bobeasse na descida, ia parar lá embaixo, se arrebentando todo. Pois bem, procurávamos por uma cachoeira e após indicações de moradores da região, teríamos que subir uns 20 quilômetros serra acima até encontrarmos a estátua de “Seu Juquinha”. Seu Juquinha? perguntei a mim mesmo. Quem seria ele? Bom, fomos subindo, subindo e subindo e depois de comer muita poeira, eis que surge do lado esquerdo da estrada, no meio de um gramado, uma estátua enorme de um velho andarilho, que usava chapéu roto e rasgado e roupas idem. A estátua de um senhor sentado no chão, que trazia um largo sorriso nos lábios e umas flores nas mãos. Paramos diante daquela estátua enorme e eu particularmente fiquei super curioso em saber o que é que faria uma estátua daquela no meio daquele nada? E quem seria este homem, ou o que ele teria feito para merecer uma estátua ali? Bem, curioso que só, parei um morador da região que vinha andando com seu cavalinho, e perguntei:-Moço, por favor, quem é este homem? Quem foi ele? O Mineirinho respondeu assim todo simplório:-Você não conhece ele moço? Eu disse: Não!Então o rapaz me disse: Ah, então vou te contar! Seu Juquinha seu moço, era um velho andarilho que nada tinha na vida. Ele morava ali, tá vendo? (e apontou pro meio do mato.). Morava ali debaixo daquela pedra enorme, numa casinha de sapé, com um teto furado e que vazava sempre quando chovia. Os familiares não o procuravam e ele morava sozinho, ele e Deus. Ele comia o pouco que plantava, e passava a noite olhando as estrelas. Mas sabe que esse homem era feliz? Sim, ele era! Ele vivia feliz apesar de não ter sequer um cobertor decente. Mas apesar de tudo isso, sabe o que esse homem fazia? Respondi: Não, me conte! Olha moço, ele saía por essa estrada, mesmo que tivesse uns 35 graus no verão e andarilhava quilômetros e quilômetros sem se cansar, e então, entrava dentro dessa região de cerrado que você tá vendo aqui e passava a recolher dúzias e dúzias de flores silvestres desse campo imenso e trazia de volta pra estrada. Então, ele voltava a andarilhar com aquelas flores nas mãos e parava todo mundo que cruzasse seu caminho, fosse a pé, de cavalo, carroça, carro ou caminhão. Então ele pegava uma flor e dava para o viajante dizendo com um grande sorriso nos lábios: Esta flor é pra você meu filho(a), tome ela, siga seu caminho e vá com Deus!!Ele fez isso durante muitos anos e quando esse homem morreu, os prefeitos das cidades onde ele andava, ficaram muito sensibilizados e mandaram confeccionar essa estátua em sua homenagem que fazemos questão de preservar. Ao ouvir essa história, fiquei sem ação. Lágrimas me vieram aos olhos, porque fiquei pensando quase imediatamente que muitas vezes nós nos achamos incapacitados de ajudar os nossos semelhantes, de dar a um irmão um simples sorriso ou uma simples flor, e não nos tocamos de que muitas vezes, este nosso pequeno sorriso pode ser responsável direto por mudar completamente uma situação e um momento, transformando para melhor a vida de muita gente. Um simples gesto, uma simples palavra pode transformar o mal em bem, pode transformar a doença em saúde, o rancor em amor e pode dar esperança ao desvalido e o bálsamo á ferida. Por isso, esta história verídica para mim foi de extrema valia, modificando o meu modo de pensar e transformando meu espírito para melhor, pois toda vez que eu relembro essa linda história de seu Juquinha, me vem a lembrança uma das mais belas palavras de Jesus que nos disse:“Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de sí a um irmão!”Vamos então meditar sobre isso, pois assim fazendo, melhoraremos a nossa vida, transformando-a para melhor e por conseguinte melhoraremos a vida de todos aqueles que de nós se aproximarem, formando assim um grande circulo benéfico e repleto de fluidos positivos.Muita paz a todos e que Deus nos faça ricos em atitudes e em reforma íntima.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tão simples distribuir flores não??? Eu vejo essa história meu amigo, assim...as flores que seu Juquinha distribuia, são os sorriso, abraços, as palavras amigas, que tantas vezes precisamos, e outras tantas negamos...ocupados demais com nossos afazeres, e problemas, e sem nos dar conta do quanto um carinho, por mais simples que seja, á capaz de renovar nossas energias, e nos fazer ver a vida com outros olhos e de uma forma mais leve e suportável.
Tenho certeza, de que essa experiência, foi por vc, absorvida de uma forma intensa...pois vc tem sido prá mim um grande amigo, sempre pronto a me dar esse sorriso, abraço ou afago de que muitas vezes tanto preciso.
Espero sempre, poder retribuir esse teu carinho, esse teu amor.
Te adoro demais, meu lindo!!!
beijos, e parabéns pelo blog, fico muito feliz por saber que tem um pouco de mim aqui.