Selecione e ouça uma canção!




sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O REI TRISTE E O BOBO DA CORTE
O Rei andava triste e cabisbaixo e a razão dessa tristeza ninguém sabia dizer qual era. Nem a Rainha sabia o porque de Sua Majestade se encontrar em latente estado de depressão. Então, numa tentativa de tira-lo daquela situação, a Rainha resolveu que iria ajuda-lo de qualquer maneira, mesmo que ele não quisesse. Foi ao seu encontro na suite real e tentou conversar com ele numa tentativa de anima-lo, mas ele estava tão abatido que não deu ouvidos a sua esposa. Então a Rainha resolveu armar uma festa para o Rei, porque tinha esperanças de que tudo voltasse ao normal. Uma festa surpresa! Sim, quem sabe não seria a solução, pensou a Rainha? Então, com a ajuda de seus criados, organizou uma festa surpresa para seu querido marido. Festa armada, todos presentes, desde convidados ilustres de outros reinos, muitos súditos da região e até os mais modestos serviçais. Deu-se início então o evento real. Cantores e instrumentistas começaram a se revezar em um palco bem á frente de Sua Majestade, com suas Flautas, Cravos e Alaúdes, executando lindas e alegres cantigas, sob o olhar apático do Rei que se limitava a olhar com desdém os artistas, que um a um, iam deixando o salão real decepcionados por não conseguirem anima-lo. A situação se encontrava tão difícil e o clima tão para baixo que já começava a tomar conta de toda a platéia. Foi quando, num rufar de tambores, surge, danto piruetas a mais esperada atração da noite: O Bobo da Corte! Essa era a carta marcada que a Rainha tinha na manga, pois esse Bobo da Corte tinha a fama de já ter animado os mais rudes Reis de outros países. O Bobo da Corte, numa pirueta, simula uma queda e se estatela no chão, aos pés de sua Majestade. A audiência caiu na gargalhada, porém o Rei estava ali, sentado de olhar fixo e sem nenhuma emoção em seu semblante. Disposto a fazer Sua Alteza sorrir, nem que fosse um simples “sorriso plástico”, o Bobo da Corte se esforçou ao máximo, usando de todos os seus truques, alguns nunca antes usados. Uma hora depois, exausto, o Bobo da Corte termina a sua frustrada apresentação, curvando-se diante do Rei em sinal de reverência. Nesse momento, o Rei se levanta e quando todos achavam que Sua Majestade o aplaudiria, o Rei aponta o dedo para o Bobo da Corte, olha para a guarda real e brada com voz firme: Cortem-lhe a cabeça! Ao ver a decisão de seu marido, o desespero do Bobo da Corte e a ordem ser cumprida, a Rainha saiu em disparada pelo salão real e correu para a sua suite real, se trancando lá para sempre em profunda depressão, para de lá não mais sair, enquanto Sua Majestade ao ver a cabeça do Bobo da corte rolar para dentro do cesto de vime, abre um tímido sorriso, que vai se modificando lentamente para um franco sorriso até se transformar numa profunda gargalhada. A partir desse dia, o Rei nunca mais parou de rir e o reino voltou a ser feliz!
Decifra-me ou te devoro

Nenhum comentário: