Mas o que deveria ser uma invenção para melhorar as nossas vidas, em pouco tempo tornou-se um pesadelo para muitos. Aproveitando-se dessa facilidade, pessoas inescrupulosas começaram a praticar todo tipo de crime possível, desde atos de vandalismo, como a disseminação de vírus on line, até crimes graves como a pirataria, o roubo de dados pessoais e de dinheiro de contas bancárias via Internet banking, a distribuição não autorizada de música on line que lesa toda a classe artística e seus dependentes, os crimes de racismo, violência gratuita contra pessoas ou classes sociais e raciais envolvendo a discriminação e até crimes na minha concepção hediondos, como a pedofilia que se alastra de uma forma violenta na rede mundial de computadores em sites de relacionamento como o Orkut e em comunicadores instantâneos como o MSN, que abriga centenas de milhares desses criminosos e doentes mentais, a maioria impune, fazendo o querem e o que não querem. Esses criminosos virtuais alguns dotados até de uma inteligência superficial, destroem travas e proteção criadas para impedir cópias e usam suas inteligências para o mal, quando, se as utilizassem para o bem, estaríamos com certeza num mundo extremamente melhor do que temos hoje. Meu poeta preferido, Zé Geraldo, canta em um trecho de uma música dele, algo que é bem real e que expressa o que penso: “Eu vi, no jornal e na televisão, um cidadão formado numa grande universidade deste país, eu vi no jornal e na televisão um cara mostrando sua última invenção, uma arma moderna com alto poder de destruição, pra que? Pra matar seu próprio irmão. Eu acredito piamente em Deus, não consigo mais acreditar nos homens...”
Hoje, não se pode deixar dados pessoais em páginas de relacionamento, não se pode dar dicas de comportamento, não pode deixar fotos de adultos e principalmente de crianças expostas e nem dar pistas do que se faz ou do que se deixa fazer. Triste, porém real...
Quando comecei a navegar na rede com constância e principalmente depois que comecei a me relacionar com amigos e comunidades na Internet, um sentimento de indignação tomou conta de mim, pois eu não conseguia entender porque razão havia tanta ilegalidade, tantos crimes e tanta maldade no mundo virtual e tentava entender porque corações endurecidos e mentes vazias procuravam destruir aquilo que poderia ser tão belo e tão útil para todos nós. Esse sentimento de indignação fez com que eu me tornasse um cavaleiro solitário na net, navegando em meu cavalo virtual, usando o mouse como lança e escudo, para tentar vencer esses gigantes moinhos de vento, que muitas vezes são tão fortes que me desestimulam e me derrubam. Passei a cavalgar lutando sozinho contra eles atrás de um mundo melhor, tentando vencer às vezes de forma solitária exércitos inteiros. Hoje, 11 anos depois, ainda cavalgo em meu Rocinante, trilhando de forma solitária esse mundo tão imenso, eu diria até infinito, atrás de vencer essa podridão que se instalou na rede e cavalgo atrás de minha Dulcinéia virtual que seria a vitória contra todos os que tentam derrubar e destruir o que foi criado para ser útil e até necessário. Já senti na pele a indiferença, já passei de mocinho a vilão, já fui derrubado de meu cavalo algumas vezes e outras tantas serei também, mas não desisto, pois está no meu sangue essa loucura atrás da melhoria deste nosso mundo virtual e essa melhoria que busco, não é só pra mim, mas para todos sem distinção. Sinto-me um Dom Quixote Cibernético, uma figura de feição esquálida, que não desiste de lutar pelos seus ideais e que jamais desistirá de tentar mudar para melhor o meu redor esse nosso mundo tão sofrido, enquanto eu tiver forças para isso, mesmo que digam que eu sou um louco, um visionário.... E que Deus me ajude nessa empreitada, hoje e sempre e que ele me conceda a benção de ter muitos aliados no futuro, pois é isso que preciso... Amém!