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quinta-feira, 16 de junho de 2011

AFINAL, QUEM É O AUTOR??

Uma das coisas que mais me deixam contrariado é quando recebo por e-mail um texto puro ou inserido em um Power Point ou vídeo sem a autoria ou quando no final, aonde deveria ter o nome do autor está escrito: “Autor Desconhecido”. Sou chato nesse ponto e jamais repasso textos sem autoria, independente do que seja. Custa colocar a autoria? Se a pessoa vai fazer um PPs ou um vídeo e não sabe o nome do autor, basta procurar no Google que encontrará com certeza.

Além dos textos repassados sem autoria ou com autores desconhecidos, existem os que são repassados com autoria errada. Existem inúmeros textos e poesias atribuídos a Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Luis Fernando Veríssimo entre outros e que não são deles. Alguém recebe o texto sem autoria, acha que parece ser de um “autor tal” e coloca a autoria de forma errônea.

Um exemplo (para citar só um) é um texto que circula na internet com o título “Nada como o Tempo”, belo texto/poema que começa com a frase: Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.” E que fecha com essa frase: "O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você". Bom, esse texto/poema é atribuído erroneamente a Mário Quintana, mas, pesquisando na internet descobri uma página onde o poema é atribuído a Katia Cruz. Já a frase final, ninguém sabe de quem seja, ao menos não encontrei em lugar nenhum.

Bom, mas existem casos também (que eu considero graves) em que poemas são adaptados ou em que deles são retirados trechos para serem usados sem que o autor original sequer seja citado. Um exemplo do que eu falo é a música “Amor pra recomeçar” que é cantada pelo Frejat, e cuja letra é atribuída a uma “triceria”: Frejat, Mauricio Barros e Mauro Sta Cecília. Aí está a letra e o vídeo com a canção:

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...

E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Pois bem, essa canção é extraída do poema de um Jornalista Brasileiro chamado Sérgio Jockymann e se chama originariamente “Os Votos” e não achei em “Amor pra Recomeçar’ do Frejat uma só citação a ele. Segue abaixo o poema original:

Sérgio Jockyman - Os Votos

Pois desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado.

E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa.

Desejo depois que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que mesmo maus e inconseqüentes sejam corajosos e fiéis.

E que em pelo menos um deles você possa confiar e que confiando não duvide de sua confiança.

E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos, mas na medida exata para que algumas vezes você interprete a respeito de suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo depois que você seja útil, não insubstituívelmente útil, mas razoavelmente útil.

E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante, não com que os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.

E que essa tolerância nem se transforme em aplauso nem em permissividade, para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo por sinal que você seja triste, não o ano todo, nem um mês e muito menos uma semana,
mas um dia.

Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, talvez agora mesmo, mas se for impossível amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes.

E que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.

E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um João-de-barro erguer triunfante seu canto matinal.

Porque assim você se sentirá bom por nada.

Desejo também que você plante uma semente por mais ridículo que seja e acompanhe seu crescimento dia a dia, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu.

Só para que fique claro quem é o dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.

Mas que essa frugalidade não impeça você de abusar quando o abuso se impor*.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você. Mas que se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo por fim que,
sendo mulher, você tenha um bom homem
e que sendo homem tenha uma boa mulher.

E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente de agora até o próximo ano acabar.

E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor pra recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar”

Este poema foi publicado pelo jornalista no Jornal folha da Tarde de Porto Alegre em 1.978.

Agora eu pergunto: Quando é que os autores serão respeitados? Quando é que as pessoas se conscientizarão da necessidade de divulgar o nome daquele que nos oferece essas preciosidades literárias e que nos emocionam sobremaneira? Fica aqui meu protesto e meu pedido aos amigos para que não repassem textos na internet que não contenham a autoria dos mesmos e se tiver a autoria e vocês desconfiarem dela, pesquisem para que o verdadeiro autor seja conhecido e tenha o reconhecimento devido.

Créditos de pesquisa:

Blog do Muneo

Blog do Emílio Pacheco


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