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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

MÃOS ATADAS
A minha janela para o mundo virtual parece querer se fechar. A tela de meu pc pisca como se o tubo fosse queimar. Meu teclado emperra e a única tecla que ainda funciona é a interrogação e assim mesmo, quando eu a aperto, ela dispara, imprimindo diante de meus olhos centenas de pontos de interrogações que me deixam perplexo com a situação que me faz balançar. Eu, logo eu que me decidi a enfrentar aos trancos e barrancos as agruras de uma vida voltada em grande parte para o virtual, por vezes balanço e ameaço entregar os pontos. Tanta coisa feita, sonhos realizados, paixões diversas adquiridas, construções erguidas e de repente, uma onda gigantesca cobre tudo de uma hora pra outra de forma inexplicável. Seria um aviso para que eu deixe os pentes de memória de meu computador vazios?
Guilherme Arantes compôs uma canção que rege neste momento as minhas palavras:
“O céu está tão mudado, há tempos que não fica assim. Só me recordo de águas passadas, montes de gente e nada de mim. Eu só quero um motivo decente, você não entende se eu gritar... Ah, ninguém ouve não! Ah, ninguém ouve não Ah, ninguém ouve não...”
Ah, quase ninguém lê o que escrevo aqui e as palavras escritas nesse lamento improvisado, aí estão para que eu reflita sobre elas sempre que abrir este blog. Gostaria que elas nunca descessem, que ficassem aqui na primeira página, que fossem um motivo maior para que eu, ao lê-las sempre tomasse uma decisão, um rumo, encontrasse o meu norte. Ah meu blog querido, és a janela que me conduz ao desabafo triste, que já me livrou do caminho da depressão muitas vezes e a quem recorro mais uma vez para que eu não caia, não fraqueje. Porque me falta vontade para fazer o que sempre penso em fazer? Porque não tomo as decisões que deveria tomar? Tenho procurado ser eu, só eu e na verdade o meu eu se confunde, causa insegurança, fere e deixa de ser uma boa companhia, machuca, faz doer por dentro, dilacera um coração que sabe do dever cumprido, tem ciência e consciência de que faz o que é melhor, mas sente que não tem conseguido alcançar os seus objetivos. O certo e o real são trocados pelo irreal, pelo falso, pelo mundo de faz de conta e a flecha da amargura causa em meu âmago um ferimento difícil de cicatrizar viu? Triste sina de quem se dispôs a levar com o peito um jeito de ser que muitos sempre desaconselharam, mas que eu, teimosamente continuo insistindo em levar.
Qualquer hora sumo, me deixo levar pela tristeza profundo e desapareço, fazendo com que meus rastros digitais se perpetuem na eternidade em palavras que escrevi, em comentários que teci, em imagens que colei e em palavras que ecoaram por pensamento... Quando será a hora de partir? Quando acaba um relacionamento virtual com essa maravilhosa tecnologia que cura e ampara, mas fere e mata? As águas nesse universo cibernético transformam-se e passam da mais límpida das águas em um lago piscoso á rios caudalosos de uma água escura e suja, tingidas de um preto medonho.
Mais um golpe, mais uma chuva, mais um dissabor, que vem me alertar para que uma decisão seja tomada, para que eu assuma o controle emocional de tudo e que me faça entender, não com os outros, mas comigo mesmo. Hoje, mais um dia duro, mais um dia de pensamentos reflexivos, de ansiedades, medos e inseguranças que serão uma tortura para mim, uma tortura que se repete e que me faz sentir como se eu estivesse pendurado nó pau de arara da vida tomando choques no espírito. A chuva mais uma vez se abate sobre meu corpo desprotegido. O guarda chuva que comprei na tempestade passada já não é capaz de conter os pingos dessa chuva como eu gostaria, porque essa chuva veio ainda maiôs fortes, veio ainda mais torrencial e eu, agora nesse exato momento não sei o que fazer. Encostado a um canto, encharcado em corpo e espírito, tremo de frio e sinceramente não sei o que fazer, pois estou de mãos atadas...

3 comentários:

Dani (ela) disse...

ué...cadê um comentário que deixei aqui ha dias?!

...:-/

Gleidi disse...

A verdade expressa em lindas palavras.Fortes doídas mas, compreendidas.

Desate. As mãos , os nós, faça de sua estrada um caminho longo, nao vá pela beirada, siga pelo meio.
Pois o real com toda indignaçao que existe é mais intenso que as entrelinhas justificadas do nosso teclado.
Sem magia , sem plumas para pisarmos não dá um direito unico de imaginaçao que o virtual proporciona...

A Magia é bela, a entrelinha é lida com sorriso, os amores são mais intensos, mais rudes, mais fortes, mais sangue... onde o limite de expressão nao existe...
Desate!
Apenas se achar necessário!

Belo Texto, Meu amigo!Lindo! Um pouco de todos nós, do mundo virtual!

Beijão!
Admiro muito!

Gleidi disse...

A verdade expressa em lindas palavras.Fortes doídas mas, compreendidas.

Desate. As mãos , os nós, faça de sua estrada um caminho longo, nao vá pela beirada, siga pelo meio.
Pois o real com toda indignaçao que existe é mais intenso que as entrelinhas justificadas do nosso teclado.
Sem magia , sem plumas para pisarmos não dá um direito unico de imaginaçao que o virtual proporciona...

A Magia é bela, a entrelinha é lida com sorriso, os amores são mais intensos, mais rudes, mais fortes, mais sangue... onde o limite de expressão nao existe...
Desate!
Apenas se achar necessário!

Belo Texto, Meu amigo!Lindo! Um pouco de todos nós, do mundo virtual!

Beijão!
Admiro muito!